Todas as vitórias são importantes. Mas, algumas são mais marcantes do que as outras. Algumas vitórias ganham significados maiores. É o caso da vitória da seleção feminina de vôlei contra a Rússia, na última terça-feira.
Esse time ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, perdendo apenas um set ao longo da competição. Mas, nem por isso ganhou o coração dos torcedores. A vitória na China foi um passeio, mas sempre há a dúvida sobre sua capacidade nos momentos decisivos. Quando a pressão aumenta, as meninas entregam. Essa sempre foi a avaliação.
Uma espécie de maldição/desconfiança que tem um começo claro. Os seis match points desperdiçados na semifinal olímpica contra a Rússia em 2004. O time fazia uma grande campanha, ganhou os dois primeiros sets contra as russas, perderam o terceiro e chegaram ao cabalístico placar de 24x19 para fechar o placar. Uma vitória tranquila que se transformou em drama à medida em que as chances foram desperdiçadas miseravelmente possibilitando a improvável virada russa no set e futuramente na partida.
Veio depois a derrota para as russas na final do mundial de 2006, também por 3x2. Placar e adversária que se repetiram na final do mundial de 2010. Jogos que o Brasil poderia ter ganho, mas em que faltou algo a mais. As russas eram um obstáculo entalado. A vitória sobre elas em Pequim, na primeira fase, não servia de consolo.
Vieram os jogos de Londres e a primeira fase complicada, classificação no sufoco, com a última vaga. A adversária? As russas.
Elas ganharam o primeiro set, nós o segundo. Elas ganharam o terceiro, com tranquilidade. E abriram 6x2 no começo do quarto set. Parecia a consolidação da falha da equipe feminina mais uma vez. Mas as brasileiras viraram. 25x22 e o convite para um novo tie-brake.
Desempate tenso ao extremo com o Brasil se mantendo dois pontos a frente. Um contra-ataque poderia fazer 12x9, mas o juiz considera fora a bola que caiu um palmo dentro. O Brasil chega ao 13x10. As russas diminuem. Encostam. Empatam. Viram. Match point para a Rússia. Parece que não vai ter jeito, que mais uma vez a Rússia vai eliminar o Brasil.
Sheilla, raivosa, salva o primeiro set point, o primeiro de seis match points salvos. Oito anos depois, os mesmos seis pontos decisivos. Dessa vez para o Brasil. Até que os saques de Fernanda Garay desestabilizaram as russas e Fabiana conseguiu derrubar a bola decisiva.
Uma vitória que acertou a conta com o passado. Que tirou as russas do caminho. Que mostrou que sim, essa equipe também vence os jogos apertados, reage sob pressão. Uma vitória com sangue nos olhos, de garra. Épica.
O Brasil decide o ouro contra os Estados Unidos neste sábado. As norte-americanas são favoritas e seria normal que o Brasil ficasse com a prata. Mas, pouco importa. A vitória contra a Rússia conquistou o público brasileiro. Porque algumas vitórias são mais importantes que outras.
Esse time ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, perdendo apenas um set ao longo da competição. Mas, nem por isso ganhou o coração dos torcedores. A vitória na China foi um passeio, mas sempre há a dúvida sobre sua capacidade nos momentos decisivos. Quando a pressão aumenta, as meninas entregam. Essa sempre foi a avaliação.
Uma espécie de maldição/desconfiança que tem um começo claro. Os seis match points desperdiçados na semifinal olímpica contra a Rússia em 2004. O time fazia uma grande campanha, ganhou os dois primeiros sets contra as russas, perderam o terceiro e chegaram ao cabalístico placar de 24x19 para fechar o placar. Uma vitória tranquila que se transformou em drama à medida em que as chances foram desperdiçadas miseravelmente possibilitando a improvável virada russa no set e futuramente na partida.
Veio depois a derrota para as russas na final do mundial de 2006, também por 3x2. Placar e adversária que se repetiram na final do mundial de 2010. Jogos que o Brasil poderia ter ganho, mas em que faltou algo a mais. As russas eram um obstáculo entalado. A vitória sobre elas em Pequim, na primeira fase, não servia de consolo.
Vieram os jogos de Londres e a primeira fase complicada, classificação no sufoco, com a última vaga. A adversária? As russas.
Elas ganharam o primeiro set, nós o segundo. Elas ganharam o terceiro, com tranquilidade. E abriram 6x2 no começo do quarto set. Parecia a consolidação da falha da equipe feminina mais uma vez. Mas as brasileiras viraram. 25x22 e o convite para um novo tie-brake.
Desempate tenso ao extremo com o Brasil se mantendo dois pontos a frente. Um contra-ataque poderia fazer 12x9, mas o juiz considera fora a bola que caiu um palmo dentro. O Brasil chega ao 13x10. As russas diminuem. Encostam. Empatam. Viram. Match point para a Rússia. Parece que não vai ter jeito, que mais uma vez a Rússia vai eliminar o Brasil.
Sheilla, raivosa, salva o primeiro set point, o primeiro de seis match points salvos. Oito anos depois, os mesmos seis pontos decisivos. Dessa vez para o Brasil. Até que os saques de Fernanda Garay desestabilizaram as russas e Fabiana conseguiu derrubar a bola decisiva.
Uma vitória que acertou a conta com o passado. Que tirou as russas do caminho. Que mostrou que sim, essa equipe também vence os jogos apertados, reage sob pressão. Uma vitória com sangue nos olhos, de garra. Épica.
O Brasil decide o ouro contra os Estados Unidos neste sábado. As norte-americanas são favoritas e seria normal que o Brasil ficasse com a prata. Mas, pouco importa. A vitória contra a Rússia conquistou o público brasileiro. Porque algumas vitórias são mais importantes que outras.
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