Os olhos bateram e viram, o cavalo que liderava a prova do hipismo se chamava Big Star. Estrela Grande é um nome bom para um cavalo, um nome normal acho. Não acho provável que o cavaleiro fosse um fã da banda de Alex Chilton e Chris Bell.
Pouco me importava. Para mim, o legado da maior banda que nunca foi grande estava ali representado. Para mim, era a chance do Big Star finalmente ser reconhecido, ficar para a história. Mesmo que fosse através de uma medalha olímpica. Estava eu então, torcendo pelo cavalo Big Star e seu cavaleiro britânico, cujo nome pouco importava.
Big Star ajudou o time britânico a conquistar a medalha de ouro na prova por equipes. Bom, mas eu queria o brilho individual. E Big Star foi ótimo. Pulou todos os obstáculos na primeira eliminatória, repetiu o desempenho na segunda. Na terceira, idem. No tira-teima contra os holandeses pelo ouro coletivo, mais uma vez Big Star passou zerado. Chegou ao último dia como líder, apesar da armadilha de a pontuação ser zerada para a final.
Mas o Big Star voltou a zerar a primeira etapa da final. Ele e outros nove cavaleiros.
Na segunda parte, ele seria o último a se apresentar. Quando chegou a sua hora, apenas um cavaleiro ainda estava zerado. Se mantivesse o desempenho de sempre, garantiria a medalha e iria disputar o tira-teima contra o jóquei holandês.
Mas não deu. Big Star derrubou um sarrafo, um, o único em uma semana de competição. O suficiente para lhe colocar na quinta colocação, abaixo de outros cavalos que erraram mais. Mas o erro foi na hora errada.
As Olimpíadas foram injustas com o Big Star. A história sempre foi injusta com o Big Star.
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