Claro que essa não é a intenção da Globo. Quando ela chama os times do Cimed, Vivo ou Sada, de Florianópolis, Minas ou Cruzeiro, a sua intenção é não fazer um "merchan gratuito" das empresas. Empresas essas que patrocinam as equipes, que permitem que a Globo transmita o jogo. Mas, involuntariamente, o tratamento da Globo seria melhor para o vôlei do Brasil.
O fim da Cimed, equipe de Florianópolis que ganhou quatro das cinco primeiras competições que disputou - com um vice-campeonato - é simbólico. Depois de cinco finais consecutivas, em seus cinco primeiros anos, a equipe caiu por dois anos consecutivos nas quartas-de-final. O suficiente para que a patrocinada retirasse seu investimento no esporte e deixasse o clube sem nenhuma estrutura.
Nenhuma equipe cogitaria o seu fim depois de disputar cinco finais em sete anos, um aproveitamento fantástico. Mas, ninguém patrocina o vôlei por paixão ao esporte, por ter algum projeto. O que os patrocinadores querem é investir em equipes que sejam campeãs. Para eles o esporte não é um negócio no qual se ganha ou se perde. É apenas um negócio, e não se perde nos negócios.
O Finasa retirou seu investimento de décadas na equipe feminina do Osasco, depois de perder finais consecutivas para o time do Rio de Janeiro. Uma empresa farmacêutica fez investimentos milionários na equipe do São Caetano e após dois anos sem títulos, mandou todo mundo embora. A Sky fez o mesmo com o time masculino do Pinheiros. São 12 equipes, apenas uma campeã e 11 que perigam acabar.
O vôlei é o mais coletivo dos esportes. Um grande jogador pode carregar uma equipe de basquete as finais, como fez LeBron James no sofrível time do Cleveland Cavaliers. Um craque de bola pode desequilibrar um campeonato. No vôlei não. O melhor levantador do mundo não fará um ponteiro acertar seus ataques, o melhor atacante do mundo não fará pontos se o líbero não passar a bola. Não é possível pegar a bola debaixo do braço e fazer o ponto. É preciso uma equipe e para isso é preciso tempo, um projeto de longo prazo. Talvez, o sucesso imediato de equipes como o Cimed/Florianópolis tenham servido para cavar a sua própria sepultura.
Se olharmos a lista das equipes que foram campeãs brasileiras de vôlei, veremos uma enorme lista de equipes defuntas. Marcas de Pneu, Bancos, Universidades. Todas começaram com investimentos milionários, alcançaram o sucesso imediato e chegaram ao fim, quando as derrotas cansaram os seus investidores.
O vôlei jamais se fixará como segundo esporte brasileiro assim. Este formato time/patrocinador pode fazer sucesso na Europa, mas tem se mostrado um fracasso a médio/prazo no Brasil. Os torcedores não criam vínculos. Não há times históricos - exceção feita ao Minas, presença constante. Enfim, não há torcida. E a torcida é o que faz o futebol durar tanto tempo. É a torcida que faz com que o Botafogo, o Fluminense, o Santa Cruz deem a volta por cima, que o Remo e o Paysandu se mantenham, mesmo com os fracassos. A torcida faz com que Franca sempre tenha um time de basquete. É a falta de torcida que matou o América-RJ, que mata lentamente a Portuguesa, que sepultou os times do interior. No Brasil, para um time seguir, é preciso de torcida. E o vôlei só tem torcida nos confrontos da seleção nacional. Uma torcida fake, mas um público que vai lá, tenta apoiar, acompanhar.
Hoje, muitos podem lamentar o fim do Cimed/Florianópolis. Mas, daqui a dois anos, ninguém se lembrará. Ninguém chora o fim da Pirelli. Ninguém sente falta do Blaumsigel. Ninguém sentirá falta da Cimed, ninguém chorará o seu fim, como chorariam o fim do Figueirense. Porque no fundo, o time era Cimed, não era Florianópolis.
O fim da Cimed, equipe de Florianópolis que ganhou quatro das cinco primeiras competições que disputou - com um vice-campeonato - é simbólico. Depois de cinco finais consecutivas, em seus cinco primeiros anos, a equipe caiu por dois anos consecutivos nas quartas-de-final. O suficiente para que a patrocinada retirasse seu investimento no esporte e deixasse o clube sem nenhuma estrutura.
Nenhuma equipe cogitaria o seu fim depois de disputar cinco finais em sete anos, um aproveitamento fantástico. Mas, ninguém patrocina o vôlei por paixão ao esporte, por ter algum projeto. O que os patrocinadores querem é investir em equipes que sejam campeãs. Para eles o esporte não é um negócio no qual se ganha ou se perde. É apenas um negócio, e não se perde nos negócios.
O Finasa retirou seu investimento de décadas na equipe feminina do Osasco, depois de perder finais consecutivas para o time do Rio de Janeiro. Uma empresa farmacêutica fez investimentos milionários na equipe do São Caetano e após dois anos sem títulos, mandou todo mundo embora. A Sky fez o mesmo com o time masculino do Pinheiros. São 12 equipes, apenas uma campeã e 11 que perigam acabar.
O vôlei é o mais coletivo dos esportes. Um grande jogador pode carregar uma equipe de basquete as finais, como fez LeBron James no sofrível time do Cleveland Cavaliers. Um craque de bola pode desequilibrar um campeonato. No vôlei não. O melhor levantador do mundo não fará um ponteiro acertar seus ataques, o melhor atacante do mundo não fará pontos se o líbero não passar a bola. Não é possível pegar a bola debaixo do braço e fazer o ponto. É preciso uma equipe e para isso é preciso tempo, um projeto de longo prazo. Talvez, o sucesso imediato de equipes como o Cimed/Florianópolis tenham servido para cavar a sua própria sepultura.
Se olharmos a lista das equipes que foram campeãs brasileiras de vôlei, veremos uma enorme lista de equipes defuntas. Marcas de Pneu, Bancos, Universidades. Todas começaram com investimentos milionários, alcançaram o sucesso imediato e chegaram ao fim, quando as derrotas cansaram os seus investidores.
O vôlei jamais se fixará como segundo esporte brasileiro assim. Este formato time/patrocinador pode fazer sucesso na Europa, mas tem se mostrado um fracasso a médio/prazo no Brasil. Os torcedores não criam vínculos. Não há times históricos - exceção feita ao Minas, presença constante. Enfim, não há torcida. E a torcida é o que faz o futebol durar tanto tempo. É a torcida que faz com que o Botafogo, o Fluminense, o Santa Cruz deem a volta por cima, que o Remo e o Paysandu se mantenham, mesmo com os fracassos. A torcida faz com que Franca sempre tenha um time de basquete. É a falta de torcida que matou o América-RJ, que mata lentamente a Portuguesa, que sepultou os times do interior. No Brasil, para um time seguir, é preciso de torcida. E o vôlei só tem torcida nos confrontos da seleção nacional. Uma torcida fake, mas um público que vai lá, tenta apoiar, acompanhar.
Hoje, muitos podem lamentar o fim do Cimed/Florianópolis. Mas, daqui a dois anos, ninguém se lembrará. Ninguém chora o fim da Pirelli. Ninguém sente falta do Blaumsigel. Ninguém sentirá falta da Cimed, ninguém chorará o seu fim, como chorariam o fim do Figueirense. Porque no fundo, o time era Cimed, não era Florianópolis.
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