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Barcelona, o time

O que o Barcelona fez nos vinte primeiros minutos do segundo tempo do jogo de ontem, a final da Champions League contra o Manchester United, deveriam ser expostos permanentemente no Museu do Louvre. Vinte minutos que mostram a arte que o Barcelona faz, jogando futebol. O único time do mundo atual que joga artisticamente.

O Manchester esteve dominado depois de tentar pressionar durante dez minutos. Logo começaram os toques curtos, precisos, intermináveis, em busca do gol. As chances apareceram. E o segundo tempo foi um espetáculo. O United mal conseguia sair de sua área, parecia que era um time de amadores, e não o atual campeão inglês, que estava invicto no torneio.

E então, aparece Messi. O grande artista. Que faz gols, dribla, passa. Messi teve uma atuação espetacular na final da Champions League. Infernizou o time inteiro adversário, deu dribles humilhantes e fez o gol mais importante da partida.

O que o Barcelona faz parece impossível. E parece que só é possível nesse clube, um raro time de futebol que é um símbolo cultural de uma cidade. Uma cidade com um povo louco, moderno, oposicionista. De uma cidade de ruas tortas, arquitetura estranha e encantadora.

Me tornei torcedor do Barcelona em setembro de 2001 quando lá eu estava. Quando percebi que adorava aquela cidade. Enquanto um grupo de fantoches dos Beatles tocava a Hard Day's Night nas movimentadas ramblas, depois de ter assistido ao espetáculo das fontes luminosas.

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