O relógio marcava 19h e eu ia sair de casa. Abri a porta, fechei, tranquei e me dirigi ao meu carro. Logo que avistei a rua, percebi que um carro estava parado em frente a minha casa, impedindo a minha saída. Era um carro branco, desses sedãs modernos. Estava ligado, com os faróis acessos, vidros abaixados e ninguém no volante. Apenas um cão, um husky siberiano sentado no banco do carona, me encarando.
Fiquei olhando para o cachorro e ele olhando para mim. Cheguei a cumprimentá-lo. Minha cabeça tentava processar esta cena de filme, sobre o que um cachorro estava fazendo ali, parado sozinho dentro de um carro ligado em frente a minha casa, olhando para mim.
Claro, não foram mais de 10 segundos até que eu percebesse que havia uma mulher conversando com a dona de duas casas abaixo da minha e menos de outros 10 para que ela viesse correndo, pedindo desculpas e avisando que havia parado em frente da casa errada. Ela entrou no carro, apenas engatou a marcha e partiu com o cão no banco do carona.
A medida em que o carro avançava, ele seguiu me acompanhando com os olhos.
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