Houve um tempo em que o São Paulo era a pátria do virtuosismo inútil. No período da virada do século montamos algumas equipes com futebol vistoso, mas que conseguiram poucos resultados expressivos.
Lembro-me da avassaladora dupla Dodô e Aristizábal, vice-campeã paulista em 97, o time de Denílson e França, campeão paulista de 98, mas que sucumbiu no segundo semestre. O time campeão paulista e vice da Copa do Brasil de 2000 teve momentos encantadores. Mesmo a equipe da reta final do Brasileirão de 2001 brilhou em alguns momentos. O ápice desde estilo sem dúvida foi em 2002: sete vitórias por goleada no Rio-São Paulo, dez vitórias consecutivas no Brasileirão, mas fraquejando diante dos rivais, nenhum título no ano.
Depois de repetir a rotina no campeonato paulista de 2003, as coisas mudaram. Com Rojas no comando, o São Paulo passou a se transformar na pátria do pragmatismo convicente, sofrendo contra todos e conseguindo resultados necessários para voltar à Libertadores após 10 anos.
Vieram então os novos anos de glória. Campeão paulista, da Libertadores e do Mundial em 2005, com momentos avassaladores principalmente na conquista continental. Campeão brasileiro em 2006 com um time muito intenso. Bicampeão brasileiro em 2007, com um time pouco brilhante, mas intransponível na defesa. Tricampeão em 2008 na base da vontade, em uma série de jogos modorrentos.
Desde 2008 o futebol sem brilho vem se repetindo no Morumbi, mas com o detalhe de que sem a companhia de títulos. De 2009 pra cá é possível contar os momentos que empolgaram a torcida:
1) O time do Ricardo Gomes fez três, exatamente três bons jogos (Grêmio, Botafogo e mais um) e passou um ano inteiro se arrastando contra todo e qualquer adversário.
2) O surgimento do Lucas deu alguma esperança e após um ou outro brilho esporádico, a equipe realmente foi consistente no segundo semestre de 2012, conseguindo o título da Sul-Americana, único título pós anos dourados. Lucas foi embora e a equipe se perdeu, tendo um ano de 2013 pavoroso, que só valeu pela superação e transformou Aloísio Boi Bandido em um inexplicável ídolo.
3) Um momento específico do campeonato de 2014, quando Kaká chegou e formou um bom quadrado com Ganso, Alan Kardec e Luís Fabiano. De prático mesmo, vieram uns cinco bons jogos e o vice-campeonato brasileiro.
Tivemos ainda a loucura do Osorio, alguns momentos de superação com o Bauza, um ou outro jogo esporádico em que o futebol fluiu. Mas a verdade é que desde 2008 assistir os jogos do São Paulo é uma tortura.
Não importa muito o adversário, o roteiro é quase sempre igual: uma equipe tentando propor o jogo, mas o resultado não aparece, os nervos extrapolam e então até mesmo um time de colégio passa a levar perigo ao nosso gol. De uma hora para a outra, passamos a ver o momento em que o time vai se complicar. Nos últimos anos sofremos em casa contra Avaí, Grêmio Prudente, Atlético-GO, Bahia, Criciúma, Goiás, Chapecoense, LDU de Loja, The Strongest, Bragantino e Penapolense.
Não foi diferente ontem, contra o Defensa y Justicia. Com 20 minutos do primeiro tempo já era possível prever que só venceríamos aquele jogo na marra, com um gol achado e que era muito mais fácil perder a partida. Não perdeu, foi por pouco, mas pouco importa, a eliminação veio do mesmo jeito. Após um começo promissor, com seus jogos de placares bailarinos, o empate de ontem parece um pá de cal na esperança são-paulina com Rogério Ceni no comando.
É possível culpar jogadores, técnicos, quem quer que seja, mas parece que é algo superior: o espírito da mediocridade reina no Morumbi nos últimos anos.
Veja, nesses últimos anos vimos o Corinthians estabelecer um padrão de jogo, com alguns momentos de brilho. O Santos se firmar como a terra do futebol bonito, Cruzeiro, Grêmio, Fluminense, Flamengo, Atlético-MG, Internacional, todos tiveram seus momentos mais ou menos duradouros com um futebol competitivo. Afirmo que os torcedores de todos esses times, e se bobear até do Botafogo tiveram mais momentos de felicidade nesses anos.
Anos para os quais eu escolho um símbolo involuntário: Carlinhos Paraíba. Poderia ser ainda o Rodrigo Souto, Bruno Cortez, Paulo Miranda, Antônio Carlos, Osvaldo, Aloísio Boi Bandido ou qualquer outro jogador medíocre que repentinamente aparece com algum destaque na equipe e isso tem mais a ver com a qualidade da equipe do que com a qualidade do jogador. Faz alguns anos que assistir jogos da equipe nos deixam com a sensação, ou com a dúvida: porque estamos nos submetendo a isso?
Lembro-me da avassaladora dupla Dodô e Aristizábal, vice-campeã paulista em 97, o time de Denílson e França, campeão paulista de 98, mas que sucumbiu no segundo semestre. O time campeão paulista e vice da Copa do Brasil de 2000 teve momentos encantadores. Mesmo a equipe da reta final do Brasileirão de 2001 brilhou em alguns momentos. O ápice desde estilo sem dúvida foi em 2002: sete vitórias por goleada no Rio-São Paulo, dez vitórias consecutivas no Brasileirão, mas fraquejando diante dos rivais, nenhum título no ano.
Depois de repetir a rotina no campeonato paulista de 2003, as coisas mudaram. Com Rojas no comando, o São Paulo passou a se transformar na pátria do pragmatismo convicente, sofrendo contra todos e conseguindo resultados necessários para voltar à Libertadores após 10 anos.
Vieram então os novos anos de glória. Campeão paulista, da Libertadores e do Mundial em 2005, com momentos avassaladores principalmente na conquista continental. Campeão brasileiro em 2006 com um time muito intenso. Bicampeão brasileiro em 2007, com um time pouco brilhante, mas intransponível na defesa. Tricampeão em 2008 na base da vontade, em uma série de jogos modorrentos.
Desde 2008 o futebol sem brilho vem se repetindo no Morumbi, mas com o detalhe de que sem a companhia de títulos. De 2009 pra cá é possível contar os momentos que empolgaram a torcida:
1) O time do Ricardo Gomes fez três, exatamente três bons jogos (Grêmio, Botafogo e mais um) e passou um ano inteiro se arrastando contra todo e qualquer adversário.
2) O surgimento do Lucas deu alguma esperança e após um ou outro brilho esporádico, a equipe realmente foi consistente no segundo semestre de 2012, conseguindo o título da Sul-Americana, único título pós anos dourados. Lucas foi embora e a equipe se perdeu, tendo um ano de 2013 pavoroso, que só valeu pela superação e transformou Aloísio Boi Bandido em um inexplicável ídolo.
3) Um momento específico do campeonato de 2014, quando Kaká chegou e formou um bom quadrado com Ganso, Alan Kardec e Luís Fabiano. De prático mesmo, vieram uns cinco bons jogos e o vice-campeonato brasileiro.
Tivemos ainda a loucura do Osorio, alguns momentos de superação com o Bauza, um ou outro jogo esporádico em que o futebol fluiu. Mas a verdade é que desde 2008 assistir os jogos do São Paulo é uma tortura.
Não importa muito o adversário, o roteiro é quase sempre igual: uma equipe tentando propor o jogo, mas o resultado não aparece, os nervos extrapolam e então até mesmo um time de colégio passa a levar perigo ao nosso gol. De uma hora para a outra, passamos a ver o momento em que o time vai se complicar. Nos últimos anos sofremos em casa contra Avaí, Grêmio Prudente, Atlético-GO, Bahia, Criciúma, Goiás, Chapecoense, LDU de Loja, The Strongest, Bragantino e Penapolense.
Não foi diferente ontem, contra o Defensa y Justicia. Com 20 minutos do primeiro tempo já era possível prever que só venceríamos aquele jogo na marra, com um gol achado e que era muito mais fácil perder a partida. Não perdeu, foi por pouco, mas pouco importa, a eliminação veio do mesmo jeito. Após um começo promissor, com seus jogos de placares bailarinos, o empate de ontem parece um pá de cal na esperança são-paulina com Rogério Ceni no comando.
É possível culpar jogadores, técnicos, quem quer que seja, mas parece que é algo superior: o espírito da mediocridade reina no Morumbi nos últimos anos.
Veja, nesses últimos anos vimos o Corinthians estabelecer um padrão de jogo, com alguns momentos de brilho. O Santos se firmar como a terra do futebol bonito, Cruzeiro, Grêmio, Fluminense, Flamengo, Atlético-MG, Internacional, todos tiveram seus momentos mais ou menos duradouros com um futebol competitivo. Afirmo que os torcedores de todos esses times, e se bobear até do Botafogo tiveram mais momentos de felicidade nesses anos.
Anos para os quais eu escolho um símbolo involuntário: Carlinhos Paraíba. Poderia ser ainda o Rodrigo Souto, Bruno Cortez, Paulo Miranda, Antônio Carlos, Osvaldo, Aloísio Boi Bandido ou qualquer outro jogador medíocre que repentinamente aparece com algum destaque na equipe e isso tem mais a ver com a qualidade da equipe do que com a qualidade do jogador. Faz alguns anos que assistir jogos da equipe nos deixam com a sensação, ou com a dúvida: porque estamos nos submetendo a isso?
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