A impressão que eu tenho disso tudo é que ficamos tão amortecidos com a vida, em geral, que nada mais é capaz de nos impressionar. Vale inclusive para o presidente da República, que depois de ter um áudio vazado em que ele escuta uma pessoa explanando sobre tentativas de corromper o judiciário e indica uma pessoa para tratar com o interlocutor, e essa pessoa indicada recebe alguns milhares de reais em dinheiro vivo, enfim, depois disso tudo o presidente fica aliviado com o conteúdo da gravação. Vai saber o que é que ele temia que pudesse estar em um áudio desse tipo.
Vejo nos Estados Unidos a polêmica que foi criada quando uma Secretária de Estado utilizou um e-mail pessoal para falar de assuntos de trabalho, situação que provocou desgaste em sua imagem pública e ajudou a eleger Donald Trump, que agora passa por uma crise por ter vazado informações confidenciais para um diplomata russo.
Lembro da Coreia do Sul, que recentemente viu o impeachment da sua presidente, por conta de uma amiga dela que utilizou essa amizade para obter vantagens. Olhamos para o Brasil e pensamos, sério que isso é motivo para um impeachment? Se não for para ter vantagens, qual é a razão de entrar para o mundo político?
Há um ato falho muito comum entre políticos, que é o de dizer que não há provas contra ele. Veja que quando alguém diz isso, não está dizendo que não cometeu um crime, está apenas garantindo que não haverá como provar esse crime. Michel Temer, mesmo, depois de escutar seu bootleg com Joesley Batista, afirmou que não há nada na gravação que o incrimine. Não que ele esteja certo, não que não haja nada de errado, mas nessa gravação, na opinião dele, não há nada que o incrimine. Nem a indicação de um nome, da sua mais estrita confiança, para tratar de assuntos com um empresário e o fato de essa pessoa receber meio milhão de reais. Não há nada.
Volto para esses países tão sensibilizados e fragilizados em assuntos de corrupção e penso no que os sul-coreanos achariam disso. Como os americanos reagiriam se Donald Trump fosse gravado em uma conversa nos mesmos moldes de Temer com um empresário qualquer aí. Lembro dos políticos japoneses, que choram em público e renunciam aos seus cargos diante de acusações de que são corruptos. Penso em Aécio Neves, que recebeu R$ 2 milhões de Joesley Batista, mandou um primo receber o dinheiro e o dinheiro acabou na mão de um funcionário de outro senador, e como todos negam tudo, mesmo diante das provas. "Não conheço essa figura", "o dinheiro foi para uso pessoal", como se alguém pegasse o dinheiro para qualquer outra função que não fosse esta.
Estamos tão amortecidos, tão acostumados, que sinceramente, nada mais nos choca, tudo é normal, tudo é divino, tudo é maravilhoso, como dizia aquela canção de rádio do velho compositor baiano.
Vejo nos Estados Unidos a polêmica que foi criada quando uma Secretária de Estado utilizou um e-mail pessoal para falar de assuntos de trabalho, situação que provocou desgaste em sua imagem pública e ajudou a eleger Donald Trump, que agora passa por uma crise por ter vazado informações confidenciais para um diplomata russo.
Lembro da Coreia do Sul, que recentemente viu o impeachment da sua presidente, por conta de uma amiga dela que utilizou essa amizade para obter vantagens. Olhamos para o Brasil e pensamos, sério que isso é motivo para um impeachment? Se não for para ter vantagens, qual é a razão de entrar para o mundo político?
Há um ato falho muito comum entre políticos, que é o de dizer que não há provas contra ele. Veja que quando alguém diz isso, não está dizendo que não cometeu um crime, está apenas garantindo que não haverá como provar esse crime. Michel Temer, mesmo, depois de escutar seu bootleg com Joesley Batista, afirmou que não há nada na gravação que o incrimine. Não que ele esteja certo, não que não haja nada de errado, mas nessa gravação, na opinião dele, não há nada que o incrimine. Nem a indicação de um nome, da sua mais estrita confiança, para tratar de assuntos com um empresário e o fato de essa pessoa receber meio milhão de reais. Não há nada.
Volto para esses países tão sensibilizados e fragilizados em assuntos de corrupção e penso no que os sul-coreanos achariam disso. Como os americanos reagiriam se Donald Trump fosse gravado em uma conversa nos mesmos moldes de Temer com um empresário qualquer aí. Lembro dos políticos japoneses, que choram em público e renunciam aos seus cargos diante de acusações de que são corruptos. Penso em Aécio Neves, que recebeu R$ 2 milhões de Joesley Batista, mandou um primo receber o dinheiro e o dinheiro acabou na mão de um funcionário de outro senador, e como todos negam tudo, mesmo diante das provas. "Não conheço essa figura", "o dinheiro foi para uso pessoal", como se alguém pegasse o dinheiro para qualquer outra função que não fosse esta.
Estamos tão amortecidos, tão acostumados, que sinceramente, nada mais nos choca, tudo é normal, tudo é divino, tudo é maravilhoso, como dizia aquela canção de rádio do velho compositor baiano.
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