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Museu da Língua Portuguesa

Em setembro de 2007 eu estava de férias em São Paulo e fui ao Museu da Língua Portuguesa com um tio e uma prima. Não sei se tinha muita expectativa em visitar aquele prédio histórico com um museu que homenageia algo tão intangível quanto uma língua.

Sei que tive uma experiência moldadora de caráter lá dentro. Primeiro na exposição temporária, sobre Clarice Lispector, que me deixou espantado com dezenas de frases e me levou a comprar um livro dela que eu li com muito esforço. O impacto das frases de Clarice Lispector naqueles paredes permanece maior em mim do que qualquer livro ou post de Facebook.

Descobri várias coisas lá dentro, naquele ambiente interativo. Uma visita ao Museu da Língua Portuguesa me valeu tanto conhecimento sobre o assunto quanto alguns anos de colégio. Deveria ser uma visita obrigatória para alunos de escolas públicas.

Voltei até lá uma outra vez, em 2014. Antes de que o prédio fosse consumido pelas chamas. O prédio pode ser reconstruído, a maior parte de seu acervo é digital, mas, difícil saber se voltará a ser a mesma coisa, se haverá dinheiro nesse momento de crise econômica para que sejam feitos investimentos em uma coisa tão intangível quanto uma língua.

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