O grilo, sempre simpático, sempre falante, apareceu na nossa sala, sobre o ventilador. Precisamos tirar esse grilo daí, ele precisa voltar para o jardim. Chegamos perto do ventilador e o grilo se virou para nós e levantou suas assas. Esse grilo não está para brincadeira. Ele seria capaz de matar uma pessoa. Muita sacanagem fez Deus a jogar milhares deles sobre o povo egípcio. Mas o grilo não pode ficar aí. Jogamos um pouco de veneno no grilo. Ele fica meio tonto e conseguimos jogá-lo para fora. Pouco depois vemos ele subindo a parede. Uma máquina. Uma máquina mortífera. Mais tarde vemos o grilo agonizando até a morte. O veneno não o mata instantaneamente, mas sim lentamente. Ele treme e pouco depois morre. Que morte horrível. Por que fizemos isso? Me sinto um ser humano predador da natureza e vou dormir com peso na consciência.
Op. Cit, Ô psit, Ópio City