Ainda consigo me lembrar de todos os meus votos. Isso não significa lá muita coisa, já que o meu histórico eleitoral é recente, ainda não completou dez anos.
Nesse tempo, minha relação com o voto e com os candidatos já mudou muito. Já fui mais adepto ao voto nulo, depois passei a tentar encontrar opções. Hoje, quando não vejo opções, digo que sofro um pouco por anular. Penso se não seria o caso de optar por uma política de redução de danos, mas ainda tento ter como lema que, se nenhum candidato me representa, nenhum deles merece meu voto.
Comecei minha vida eleitoral anulando um voto. Foi naquele referendo sobre o desarmamento, quando eu tinha 18 anos e achei que era tudo uma palhaçada, uma tentativa de passar para a população uma decisão que já estava tomada e que, na prática, não ia alterar em nada a vida do cidadão normal.
Nas eleições de 2006, minhas primeiras eleições de fato, meu único voto nulo é aquele do qual ainda me orgulho. Para deputado estadual, votei em Luis Soares, um pedido do meu pai. Para deputado federal, votei em Manoel Olegário. Foi uma espécie de voto de protesto meu, com uma pitada de humor. Olegário foi candidato a prefeito em 2004, com uma campanha absurdamente engraçada de tão ridícula, que teve como momento máximo uma propaganda em um cemitério falando que os mortos estavam abandonados.
Anulei meu voto para o senado, numa eleição já ganha por Jayme Campos, inclusive pela má qualidade de seus adversários (não fui o único. Os votos brancos e nulos superaram em quantidade os números do segundo colocado). Iria anular meu voto para o Governo, mas sei lá porquê, na última hora acabei votando em Blairo Maggi, levado por aquele sentimento de que ele seria reeleito e que merecia isso. Eis um voto do qual me arrependo.
Para presidente, votei no Alckmin no primeiro turno, não por outra razão que não fosse a de que eu achava que o segundo turno era necessário para baixar a bola dos petistas. No segundo turno eu anulei meu voto e acho que deveria ter feito a mesma coisa no primeiro, ou ter votado no Cristovam Buarque.
Em 2008 não tive dúvidas: anulei meus votos no primeiro turno e no segundo turno.
Em 2010 eu estava certo em fazer a mesma coisa em todos os cargos. Até que li o perfil de Marina Silva na Revista piauí e comecei a pensar em votar nela. Amadureci a ideia e foi a primeira vez em que votei convicto em alguém. A convicção foi tamanha, que comecei a pensar nos meus outros votos. Decidi por Pedro Taques para o Senado, também empolgado com sua real possibilidade de vitória contra a briguinha chata entre Antero e Abicalil. Decidi que meu segundo voto seria para o Procurador Mauro e fiquei feliz com sua votação em Cuiabá. Fiz um teste na internet e descobrir que pensava igual aos parlamentares do PSOL em mais de 80% dos casos. Escolhi dois candidatos do partido e votei neles para os cargos de deputado, não me lembro quem. Só lembro que para federal escolhi um cidadão impugnado, meu voto acabou sendo nulo e aprendi que é melhor votar na legenda nesses casos. Num arroubo final, acabei votando no Mauro Mendes para o Governo, pensando mais na possibilidade de ele ser menos pior. No segundo turno, votei em José Serra, mas esse é um fato que pretendo omitir da minha biografia. Sabia que ele ia perder e dei um voto pela alternância do poder. Preferia ter anulado.
Segui com a vontade de sempre escolher um candidato em 2012. Votando no PSOL no primeiro turno e em Mauro Mendes no segundo, mais pelo fato de que o Lúdio Cabral me irritava.
Também entrei com essa vontade nessa última eleição, escolhendo Eduardo Jorge para a Presidência, Taques para o Governo, Procurador Mauro para federal e PSOL para estadual. Mas no Senado não deu. Na urna ainda refleti por alguns segundos se iria mesmo anular o voto, pensei em votar no Rogério Salles como voto anti-Wellington, pensei em votar no cara do PSOL mas lembrei como ele era ruim e decidi anular.
Agora, no próximo domingo, não tem jeito. Aécio e Dilma não me representam. Particularmente, acredito que Aécio é um candidato mais nocivo e que Dilma seria uma opção menos ruim - já está lá mesmo. Mas, não quero me comprometer com seu segundo mandato. Menos ainda com um possível governo tucano. Não quero, daqui a alguns anos, olhar e dizer "eu colaborei para essa merda".
Há quem diga que o voto nulo é a mesma coisa, já que você acabaria teoricamente ajudando aquele que foi mais votado. No primeiro turno, pode ser que sim. No segundo turno, o voto nulo não conta nem contra nem a favor de ninguém. Vejo mesmo como um foto de protesto contra as alternativas presentes, ou pela falta delas. Seria ainda mais legal na época do voto em cédulas, quando você poderia realizar desenhos pornográficas no papelzinho que seria depositado na urna.
Nesse tempo, minha relação com o voto e com os candidatos já mudou muito. Já fui mais adepto ao voto nulo, depois passei a tentar encontrar opções. Hoje, quando não vejo opções, digo que sofro um pouco por anular. Penso se não seria o caso de optar por uma política de redução de danos, mas ainda tento ter como lema que, se nenhum candidato me representa, nenhum deles merece meu voto.
Comecei minha vida eleitoral anulando um voto. Foi naquele referendo sobre o desarmamento, quando eu tinha 18 anos e achei que era tudo uma palhaçada, uma tentativa de passar para a população uma decisão que já estava tomada e que, na prática, não ia alterar em nada a vida do cidadão normal.
Nas eleições de 2006, minhas primeiras eleições de fato, meu único voto nulo é aquele do qual ainda me orgulho. Para deputado estadual, votei em Luis Soares, um pedido do meu pai. Para deputado federal, votei em Manoel Olegário. Foi uma espécie de voto de protesto meu, com uma pitada de humor. Olegário foi candidato a prefeito em 2004, com uma campanha absurdamente engraçada de tão ridícula, que teve como momento máximo uma propaganda em um cemitério falando que os mortos estavam abandonados.
Anulei meu voto para o senado, numa eleição já ganha por Jayme Campos, inclusive pela má qualidade de seus adversários (não fui o único. Os votos brancos e nulos superaram em quantidade os números do segundo colocado). Iria anular meu voto para o Governo, mas sei lá porquê, na última hora acabei votando em Blairo Maggi, levado por aquele sentimento de que ele seria reeleito e que merecia isso. Eis um voto do qual me arrependo.
Para presidente, votei no Alckmin no primeiro turno, não por outra razão que não fosse a de que eu achava que o segundo turno era necessário para baixar a bola dos petistas. No segundo turno eu anulei meu voto e acho que deveria ter feito a mesma coisa no primeiro, ou ter votado no Cristovam Buarque.
Em 2008 não tive dúvidas: anulei meus votos no primeiro turno e no segundo turno.
Em 2010 eu estava certo em fazer a mesma coisa em todos os cargos. Até que li o perfil de Marina Silva na Revista piauí e comecei a pensar em votar nela. Amadureci a ideia e foi a primeira vez em que votei convicto em alguém. A convicção foi tamanha, que comecei a pensar nos meus outros votos. Decidi por Pedro Taques para o Senado, também empolgado com sua real possibilidade de vitória contra a briguinha chata entre Antero e Abicalil. Decidi que meu segundo voto seria para o Procurador Mauro e fiquei feliz com sua votação em Cuiabá. Fiz um teste na internet e descobrir que pensava igual aos parlamentares do PSOL em mais de 80% dos casos. Escolhi dois candidatos do partido e votei neles para os cargos de deputado, não me lembro quem. Só lembro que para federal escolhi um cidadão impugnado, meu voto acabou sendo nulo e aprendi que é melhor votar na legenda nesses casos. Num arroubo final, acabei votando no Mauro Mendes para o Governo, pensando mais na possibilidade de ele ser menos pior. No segundo turno, votei em José Serra, mas esse é um fato que pretendo omitir da minha biografia. Sabia que ele ia perder e dei um voto pela alternância do poder. Preferia ter anulado.
Segui com a vontade de sempre escolher um candidato em 2012. Votando no PSOL no primeiro turno e em Mauro Mendes no segundo, mais pelo fato de que o Lúdio Cabral me irritava.
Também entrei com essa vontade nessa última eleição, escolhendo Eduardo Jorge para a Presidência, Taques para o Governo, Procurador Mauro para federal e PSOL para estadual. Mas no Senado não deu. Na urna ainda refleti por alguns segundos se iria mesmo anular o voto, pensei em votar no Rogério Salles como voto anti-Wellington, pensei em votar no cara do PSOL mas lembrei como ele era ruim e decidi anular.
Agora, no próximo domingo, não tem jeito. Aécio e Dilma não me representam. Particularmente, acredito que Aécio é um candidato mais nocivo e que Dilma seria uma opção menos ruim - já está lá mesmo. Mas, não quero me comprometer com seu segundo mandato. Menos ainda com um possível governo tucano. Não quero, daqui a alguns anos, olhar e dizer "eu colaborei para essa merda".
Há quem diga que o voto nulo é a mesma coisa, já que você acabaria teoricamente ajudando aquele que foi mais votado. No primeiro turno, pode ser que sim. No segundo turno, o voto nulo não conta nem contra nem a favor de ninguém. Vejo mesmo como um foto de protesto contra as alternativas presentes, ou pela falta delas. Seria ainda mais legal na época do voto em cédulas, quando você poderia realizar desenhos pornográficas no papelzinho que seria depositado na urna.
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