Há uma rua em Várzea Grande, cujo nome eu não faço a menor ideia, onde vivem dois cachorros gêmeos. Não é uma rua muito famosa e movimentada, mas ela está mais popular neste momento, por conta dos desvios provocados por obras. Para mim, essa rua sempre foi popular por conta dos dois cachorros idênticos.
Imagino que não existem cachorros gêmeos idênticos. Eles sempre nascem em ninhadas grandes, com cinco, seis irmãos, dez irmãos. Não sei quantos irmãos tem os gêmeos da rua sem nome, mas sei que os dois sempre estão lá. Brancos, com manchas continentais marrons pelo corpo, porte pequeno. De dentro do carro, parecem ter o mesmo tamanho.
De dentro do carro, os vejo deitados na porta de uma casa. Não sei se moram por lá. Quando chove, eles se refugiam em uma área coberta, quando está frio eles se enrolam perto da porta. Não imagino que eles tenham uma rotina muito agitada. Eles não são desses cachorros que correm atrás dos carros. Eles sempre estão parados na porta, exibindo sua semelhança.
Vez por outra, passo por essa rua e vejo que um dos dois não está lá. Fico preocupado, pensando no que é que aconteceu. A vida de um cachorro criado na rua pode não ser muito agitada, mas com certeza não é segura. São muitos carros, muitos acidentes que podem abreviar ainda mais a vida de um cachorro.
Geralmente, essa aflição passa logo, porque logo vejo um deles duas esquinas depois, perto de um bar, comendo algum resto de comida, ou demarcando território. Minha maior preocupação é que os dois sejam separados. Sozinhos, eles são cachorros normais, como tantos outros cães perdidos na rua. A graça deles está em sua união.
Mas, agora minha preocupação aumentou. Faz duas semanas que não vejo os cães gêmeos parados no seu ponto da rua sem nome. Para mim, os dois deveriam ser eternizados naquele lugar.
*artigo para o Centro Burnier.
Imagino que não existem cachorros gêmeos idênticos. Eles sempre nascem em ninhadas grandes, com cinco, seis irmãos, dez irmãos. Não sei quantos irmãos tem os gêmeos da rua sem nome, mas sei que os dois sempre estão lá. Brancos, com manchas continentais marrons pelo corpo, porte pequeno. De dentro do carro, parecem ter o mesmo tamanho.
De dentro do carro, os vejo deitados na porta de uma casa. Não sei se moram por lá. Quando chove, eles se refugiam em uma área coberta, quando está frio eles se enrolam perto da porta. Não imagino que eles tenham uma rotina muito agitada. Eles não são desses cachorros que correm atrás dos carros. Eles sempre estão parados na porta, exibindo sua semelhança.
Vez por outra, passo por essa rua e vejo que um dos dois não está lá. Fico preocupado, pensando no que é que aconteceu. A vida de um cachorro criado na rua pode não ser muito agitada, mas com certeza não é segura. São muitos carros, muitos acidentes que podem abreviar ainda mais a vida de um cachorro.
Geralmente, essa aflição passa logo, porque logo vejo um deles duas esquinas depois, perto de um bar, comendo algum resto de comida, ou demarcando território. Minha maior preocupação é que os dois sejam separados. Sozinhos, eles são cachorros normais, como tantos outros cães perdidos na rua. A graça deles está em sua união.
Mas, agora minha preocupação aumentou. Faz duas semanas que não vejo os cães gêmeos parados no seu ponto da rua sem nome. Para mim, os dois deveriam ser eternizados naquele lugar.
*artigo para o Centro Burnier.
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