Vejo nos sites a notícia de que o mendigo Universo reencontrou sua família. Ele se chamava Bruno, fugiu de sua casa em Queimados há 10 anos. Era ex-fuzileiro naval, sofria com problemas psiquiátricos, tocava violão, jogava xadrez. Estava em Chapada dos Guimarães, onde ostentava o título de "o mendigo mais querido da cidade" e foi encontrado depois que machucou o pé.
Há tempos não encontrava o Universo. Só me lembro dele no período em que ele frequentou o saguão do Instituto de Linguagens, uns cinco ou seis anos atrás, em uma parada antes de ir para a Chapada. Me lembro de sua imagem barbuda e cabeluda, quase como um cover do Seu Jorge, sentado no saguão lendo uma Super Interessante que era vendida por um cara que tinha uma banquinha. Nos dias de frio, ele andava por lá, com um cachecol enrolado no pescoço. Carregava um certo ar aristocrático.
Mas, a minha maior lembrança dele ocorreu em um sábado, num daqueles sábados em que a aula se enrolava para lá e para cá. Estava sentando com uns amigos de um lado do banco e uma garota, uma caloura de uns três semestres estava do outro lado. Universo sentou ao seu lado com um panfleto curioso sobre Gnosis.
Começou a explicar o que era o Gnosis, enquanto a menina estava naquela situação, esperando que alguém fosse lá para lhe resgatar. Ninguém aparecia e em determinado momento o Universo explicou para a garota que uma coisa que eles faziam muito era praticar a sensibilidade. Perguntou então:
- Quer praticar a sensibilidade comigo?
Universo, fuzileiro naval, andarilho intelectual, elegante, louco. Para mim, sempre será o cara que deu uma das cantadas mais sensacionais e friamente pensadas de todos os tempos.
Há tempos não encontrava o Universo. Só me lembro dele no período em que ele frequentou o saguão do Instituto de Linguagens, uns cinco ou seis anos atrás, em uma parada antes de ir para a Chapada. Me lembro de sua imagem barbuda e cabeluda, quase como um cover do Seu Jorge, sentado no saguão lendo uma Super Interessante que era vendida por um cara que tinha uma banquinha. Nos dias de frio, ele andava por lá, com um cachecol enrolado no pescoço. Carregava um certo ar aristocrático.
Mas, a minha maior lembrança dele ocorreu em um sábado, num daqueles sábados em que a aula se enrolava para lá e para cá. Estava sentando com uns amigos de um lado do banco e uma garota, uma caloura de uns três semestres estava do outro lado. Universo sentou ao seu lado com um panfleto curioso sobre Gnosis.
Começou a explicar o que era o Gnosis, enquanto a menina estava naquela situação, esperando que alguém fosse lá para lhe resgatar. Ninguém aparecia e em determinado momento o Universo explicou para a garota que uma coisa que eles faziam muito era praticar a sensibilidade. Perguntou então:
- Quer praticar a sensibilidade comigo?
Universo, fuzileiro naval, andarilho intelectual, elegante, louco. Para mim, sempre será o cara que deu uma das cantadas mais sensacionais e friamente pensadas de todos os tempos.
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