O impeachment de Fernando Collor em 1992 é dessas lembranças que ficam claras na mente. Lembro de ter cinco anos e estar na casa da minha avó assistindo a votação dos deputados pela sua saída. Me lembro bem da vibração quando alguém votava sim e da reação negativa de quando alguém dizia ser contrário. Cada um que subia na tribuna para falar "não" ganhava automaticamente um carimbo de "corrupto na testa". Mas do que o dia em si, eu me lembro do período que antecedeu sua queda. Lembro daquele clamor popular pela sua saída, das pessoas de preto nas ruas e lembro da minha família, torcendo para que ele caísse. E não tenho dúvida, o clamor pela sua queda foi motivado pelo dia em que ele confiscou as poupanças, o que complicou a vida de muita gente. Por vezes, surge algum defensor de Collor que o classifica como um injustiçado, que nada jamais ficou provado contra ele e que ele foi derrubado pela mídia. De fato, a imprensa contribuiu para sua queda, da mesma forma ...
Op. Cit, Ô psit, Ópio City