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Strokes. Eles ainda vão fazer alguma coisa?

Os Strokes não são mais uma banda de garotos. Seu disco de estréia, que os colocou como principal expoente da nova geração de bandas foi lançado 10 anos atrás. Um disco cru, responsável pelo rótulo de salvação do rock – porque era excepcional. Hoje, 10 anos depois, esse rótulo já caiu e a salvação não passava de ilusão.

Dois anos depois da estréia os Strokes apareceram com Room On Fire, um disco obviamente decepcionante, mas que guardava um punhado de boas canções. Seria um disco melhor se não estivesse a sombra de Is This It?. Já First Impressions of the Earth começa de maneira espetacular e depois da faixa 5 é bem fraco.

Mas, ainda existia a esperança de que, mesmo sem salvarem o rock, os Strokes poderiam ser uma banda de carreira sólida, com bons discos. O novo da banda, Angles, tira essa impressão por completo e dá a noção de que eles deviam pensar na aposentadoria para preservar o mito.

O fato é: First Impressions já trazia algumas experimentações, mesmo que tímidas. Batidas diferentes, ritmos diferentes e a inconsistência do disco poderia estar justamente nessa mudança. Angles experimenta ainda mais e de maneira ruim. Quando se acreditou que os Strokes podiam salvar o mundo, era pela simplicidade, pela sujeira, pelo corte dos excessos numa era já dominada por Boys Bands.

Angles flerta com batidas eletrônicas e as boas melodias são mal aproveitadas, se perdem em arranjos equivocados e... o disco é um equivoco completo. Alguém precisaria dizer para os não tão garotos para eles começarem tudo de novo.

Ok, tudo de novo não. Under the Cover of Darkness é muito boa, Gratisfaction tem um ótimo refrão e Life is Simple in the Moonlight é boa. Mas é pouco. É o bastante apenas para dizer que o medo venceu a esperança. Certeza que se tem ao ouvir Games. Uma das piores músicas dos últimos 10 anos.

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