Tinha 2 anos, aproximadamente, e estava no banco traseiro da Panorama do meu pai. Ele desceu para fechar o portão e o freio de mão falhou. O carro desceu rua abaixo e ficou parado num barranco, meio pendurado. A porta trancada fez com que demorasse muito tempo para que eu fosse tirado. Quanto tempo eu não sei, afinal, eu tinha 2 anos, mas pareceu uma eternidade. Essa é a memória mais antiga, que eu me lembro de ter. Lembro de estar engatinhando próximo a um cachorro também, mas não sei se é realmente uma lembrança real, ou adquirida por fotos.
Mas o fato do carro me acompanhou. Durante anos, toda noite eu sonhava estar no banco de trás de um carro que andava sozinho. Geralmente na Avenida do CPA - acho que era a Avenida pela qual eu mais passava - na altura em que hoje se encontra o Comper. Às vezes, o carro estava sozinho, às vezes meus pais sumiam do nada. Geralmente era um sonho em primeira pessoa.
Não sei quantas vezes eu tive esse sonho, foi o sonho mais recorrente em minha vida. Até que eles pararam. Só voltaram ao meu cotidiano onírico na época em que tive aulas de direção. Principalmente depois da minha segunda reprovação na prova prática. Provavelmente, só sonhei mais que a cama estava caindo. E também, o polêmico sonho de se estar nu na escola. Um mistério da humanidade.
Certa época também tive o sonho de sair andando. Do nada. Às vezes correndo. Pelas ruas do meu bairro, até a hora em que eu parava. E voltava para casa. Acho que refletia a minha indecisão sobre o futuro. Também tenho freqüentes sonhos com partidas de futebol (por vezes, basquete) com jogadas em seqüência, praticamente um plano-seqüência. Jogava com pessoas que eu nunca joguei, e eu nunca nem joguei basquete. Geralmente em cenários estranhos, quadras sobre colchões de ar. E eu nunca acertava a cesta, e nem fazia o gol. Também tenho um outro sonho freqüente, mais constrangedor.
E existem os sonhos marcantes. Aqueles que você não se esquece. Provavelmente porque foram marcantes e você talvez tenha escrito sobre ele. Lembro de um sonho, quando criança, em que eu tinha que escalar uma rocha.
Lembro de outro, em que eu tinha que tomar conta de uma casa. Mas tinha que ir a um posto de gasolina. Ia para um, voltava para o outro. Até que cheguei ao posto e na loja de conveniências havia um concurso: pessoas tinham que imitar vacas imitando outros animais. Ganhou a mulher que imitou uma vaca imitando uma galinha. O prêmio era um lençol branco. Sonhos bobos, sobre um documentário com fantoches que mostram Lênin e Stalin no festival de Woodstock. O concurso de saltos sobre o rio, em que as pessoas caiam num pote de ração de gato do outro lado - e ah sim, eu era o jurado do concurso. O homem que fazia chapéus em caricaturas de pessoas que não usavam chapéus.
Também me lembro do sonho, de sair com minha namorada de uma pizzaria, andar em volta de uma praça e começar a chover. Era o sonho em que estávamos eu, ela, a chuva, o guarda-chuva, o mundo e nada mais. Foi um sonho em terceira pessoa.
E o sonho mais assustador de que tenho lembrança. Estava num restaurante e fui acompanhar alguém até o ponto de ônibus no fim da rua. Na volta, um carro veio na minha direção e eu resolvi me jogar embaixo da escadaria (sim a rua agora era uma escadaria). Errei o salto e caí num precipício. Concluí que assim sendo, eu estaria morto, e resolvi voltar atrás. E agora eu estava no alto, conversando com alguns amigos, sobre os preceitos da Igreja Católica. Então, alguém ia dizer "estão todos errados. O que guia a Igreja Católica são os preceitos de..." e então uma figura fantasmagórica apareceu na minha frente e gritou "Jesus!". Senti um vento na minha cara e meu travesseiro sendo pisado. Achei que era minha gata pulando na cama. Mas não havia gato nenhum.
Mas o fato do carro me acompanhou. Durante anos, toda noite eu sonhava estar no banco de trás de um carro que andava sozinho. Geralmente na Avenida do CPA - acho que era a Avenida pela qual eu mais passava - na altura em que hoje se encontra o Comper. Às vezes, o carro estava sozinho, às vezes meus pais sumiam do nada. Geralmente era um sonho em primeira pessoa.
Não sei quantas vezes eu tive esse sonho, foi o sonho mais recorrente em minha vida. Até que eles pararam. Só voltaram ao meu cotidiano onírico na época em que tive aulas de direção. Principalmente depois da minha segunda reprovação na prova prática. Provavelmente, só sonhei mais que a cama estava caindo. E também, o polêmico sonho de se estar nu na escola. Um mistério da humanidade.
Certa época também tive o sonho de sair andando. Do nada. Às vezes correndo. Pelas ruas do meu bairro, até a hora em que eu parava. E voltava para casa. Acho que refletia a minha indecisão sobre o futuro. Também tenho freqüentes sonhos com partidas de futebol (por vezes, basquete) com jogadas em seqüência, praticamente um plano-seqüência. Jogava com pessoas que eu nunca joguei, e eu nunca nem joguei basquete. Geralmente em cenários estranhos, quadras sobre colchões de ar. E eu nunca acertava a cesta, e nem fazia o gol. Também tenho um outro sonho freqüente, mais constrangedor.
E existem os sonhos marcantes. Aqueles que você não se esquece. Provavelmente porque foram marcantes e você talvez tenha escrito sobre ele. Lembro de um sonho, quando criança, em que eu tinha que escalar uma rocha.
Lembro de outro, em que eu tinha que tomar conta de uma casa. Mas tinha que ir a um posto de gasolina. Ia para um, voltava para o outro. Até que cheguei ao posto e na loja de conveniências havia um concurso: pessoas tinham que imitar vacas imitando outros animais. Ganhou a mulher que imitou uma vaca imitando uma galinha. O prêmio era um lençol branco. Sonhos bobos, sobre um documentário com fantoches que mostram Lênin e Stalin no festival de Woodstock. O concurso de saltos sobre o rio, em que as pessoas caiam num pote de ração de gato do outro lado - e ah sim, eu era o jurado do concurso. O homem que fazia chapéus em caricaturas de pessoas que não usavam chapéus.
Também me lembro do sonho, de sair com minha namorada de uma pizzaria, andar em volta de uma praça e começar a chover. Era o sonho em que estávamos eu, ela, a chuva, o guarda-chuva, o mundo e nada mais. Foi um sonho em terceira pessoa.
E o sonho mais assustador de que tenho lembrança. Estava num restaurante e fui acompanhar alguém até o ponto de ônibus no fim da rua. Na volta, um carro veio na minha direção e eu resolvi me jogar embaixo da escadaria (sim a rua agora era uma escadaria). Errei o salto e caí num precipício. Concluí que assim sendo, eu estaria morto, e resolvi voltar atrás. E agora eu estava no alto, conversando com alguns amigos, sobre os preceitos da Igreja Católica. Então, alguém ia dizer "estão todos errados. O que guia a Igreja Católica são os preceitos de..." e então uma figura fantasmagórica apareceu na minha frente e gritou "Jesus!". Senti um vento na minha cara e meu travesseiro sendo pisado. Achei que era minha gata pulando na cama. Mas não havia gato nenhum.
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