É normal que você, enquanto jornalista e pessoa que goste de escrever, tenha o sonho de sair escrevendo por aí, sobre qualquer assunto. Tentar perceber o interesse oculto na mais simples possibilidade. Eu já fui assim (às vezes sou) e já pensei em utilizar esse blog como um espaço para fazer isso. Seja por preguiça, falta de qualidade ou o que quer que seja, nunca pus em prática.
Uma dessas vezes foi em um dia remoto no fim do ano passado. Fui com meu pai procurar um lugar que cromasse um para-choque de um carro. Esse local ficava próximo ao Atacadão do Tijucal. Um lugar cheio de carrinhos de supermercado na porta (eles eram reformados ali). No fundo da loja é que as coisas eram cromadas. Fiquei por dentro do processo. Um lugar diferente, uma atividade diferente. Parecia perfeito. E então comecei.
O cromo é o elemento de número 24 na tabela periódica. Isso significa que ele tem 24 prótons, 24 elétrons e é considerado um metal de transição. A principal utilização do cromo no mundo atual é revestir objetos. Maçanetas de carro, parafusos e até louças são cromadas. Cabe ao cromo dar aquele aspecto brilhante, liso, praticamente espelhado de muitos objetos metálicos.
Cromar um objeto é um trabalho de paciência. Cada item desejado tem que ser lixado, para tirar todas as imperfeições. Depois, cada um tem que ser amarrado em um fio de cobre, para ser limpo, niquelizado e finalmente cromado. Como explicaria o Aristides, o níquel faz à função da tinta e o cromo a função do verniz.
Aristides, que ainda não foi apresentado, tem uma oficina que croma objetos na região do Tijucal em Cuiabá. É um dos poucos cromadores da cidade. Se você precisar desse serviço, ele será indicado.
Talvez você não vá procurá-lo. Não existem tantas pessoas dispostas a cromar objetos e menos pessoas ainda qualificadas a trabalhar no ramo. Pelo menos Aristides não conheceu essas pessoas no primeiro ano em que vive em Cuiabá. Se sua oficina se tornar popular, ele ficará sobrecarregado.
Não era um texto absolutamente ruim, mas não creio que fosse brilhante. Mas o maior problema estava em "como relacionar os carrinhos como o cromo?" Tentei.
Não será difícil encontrá-lo, mesmo que o seu lugar de trabalho não tenha uma identificação. É difícil saber sequer o nome, para ser gravado, apontado e indicado. Mas você pode encontrá-lo pelas centenas, talvez milhares, de carrinhos de supermercado enfileirados. Com direito a um carrinho de supermercado gigante na frente, no qual poderiam ser levadas as compras do Super-Homem, ou duas pessoas deitadas confortavelmente, ou ainda várias pessoas amontoadas no Morro dos Macacos.
Aristides croma objetos no fundo de uma oficina que concerta carrinhos de supermercado. Dos mais variados modelos, pequenos, dois andares, médios, com espaço pra cadeirinha de bebê. Ainda carregam os slogans de Modelo, Big Lar e Paulista. Também temos carrinhos verdes e laranjas do seu vizinho Atacadão, mas estes estão amontoados nos fundos, próximos ao Aristides, próximos de um córrego. Talvez o seu design diferenciado dificulte a sua restauração.
Ok, falei e falei e pouco disse.
Pode não parecer, mas um carrinho de supermercado é caro. Um modelo médio de 160 litros, novo, custa cerca de 400 reais. Se você quiser montar uma pequena rede de supermercado com 12 carrinhos, esteja preparado a gastar 5 mil reais. Fora a colocação do nome nos cabos, que é um custo separado. Você provavelmente não sabia que todos aqueles carrinhos estacionados, custavam mais que um carro popular.
Pelo preço caro, compensa o mandar ser reformado. Ou, até mesmo, adquirir um carrinho usado e reformado na tal oficina. Mesmo que para uma pessoa comum, que sonha em empurrar suas sacolas confortavelmente para dentro de caso, o preço continue soando proibitivo. Duzentos reais.
O motivo? Segundo o vendedor, o carrinho pesa uns 15 quilos e é feito todo em aramado. E o quilo do aramado, diz ele, está caro, muito caro. Para piorar, as rodas são caras também.
Mas, se você mesmo assim, ainda sonha com um carrinho próprio, e apenas um, você poderá procurar um ferro velho próximo. Estão sendo vendidos dois carrinhos por 80, cada. Porque tão baratos? Porque foram roubados de um supermercado Modelo “tem até escrito ‘Depósito’ no cabo”, ria o mecânico de carrinhos. “E não tem problema em comprar roubado?”. Ele dizia que não.
Mas, se você mesmo assim quiser um carrinho de supermercado (se é que você quer) e apenas um, para serviços domésticos, você pode procurar um ferro velho na região. Em um deles estão vendendo dois carrinhos, por 80 reais cada. Muito provavelmente foram roubados do depósito de um supermercado modelo. “E não tem problema comprar roubado?”. O vendedor pelo menos diz que não.
E no fim, os carrinhos e o cromo não tinham ligação nenhuma. E assim o meu texto não tinha um fim. Motivo pelo qual, permaneceu esquecido durante vários meses.
Uma dessas vezes foi em um dia remoto no fim do ano passado. Fui com meu pai procurar um lugar que cromasse um para-choque de um carro. Esse local ficava próximo ao Atacadão do Tijucal. Um lugar cheio de carrinhos de supermercado na porta (eles eram reformados ali). No fundo da loja é que as coisas eram cromadas. Fiquei por dentro do processo. Um lugar diferente, uma atividade diferente. Parecia perfeito. E então comecei.
O cromo é o elemento de número 24 na tabela periódica. Isso significa que ele tem 24 prótons, 24 elétrons e é considerado um metal de transição. A principal utilização do cromo no mundo atual é revestir objetos. Maçanetas de carro, parafusos e até louças são cromadas. Cabe ao cromo dar aquele aspecto brilhante, liso, praticamente espelhado de muitos objetos metálicos.
Cromar um objeto é um trabalho de paciência. Cada item desejado tem que ser lixado, para tirar todas as imperfeições. Depois, cada um tem que ser amarrado em um fio de cobre, para ser limpo, niquelizado e finalmente cromado. Como explicaria o Aristides, o níquel faz à função da tinta e o cromo a função do verniz.
Aristides, que ainda não foi apresentado, tem uma oficina que croma objetos na região do Tijucal em Cuiabá. É um dos poucos cromadores da cidade. Se você precisar desse serviço, ele será indicado.
Talvez você não vá procurá-lo. Não existem tantas pessoas dispostas a cromar objetos e menos pessoas ainda qualificadas a trabalhar no ramo. Pelo menos Aristides não conheceu essas pessoas no primeiro ano em que vive em Cuiabá. Se sua oficina se tornar popular, ele ficará sobrecarregado.
Não era um texto absolutamente ruim, mas não creio que fosse brilhante. Mas o maior problema estava em "como relacionar os carrinhos como o cromo?" Tentei.
Não será difícil encontrá-lo, mesmo que o seu lugar de trabalho não tenha uma identificação. É difícil saber sequer o nome, para ser gravado, apontado e indicado. Mas você pode encontrá-lo pelas centenas, talvez milhares, de carrinhos de supermercado enfileirados. Com direito a um carrinho de supermercado gigante na frente, no qual poderiam ser levadas as compras do Super-Homem, ou duas pessoas deitadas confortavelmente, ou ainda várias pessoas amontoadas no Morro dos Macacos.
Aristides croma objetos no fundo de uma oficina que concerta carrinhos de supermercado. Dos mais variados modelos, pequenos, dois andares, médios, com espaço pra cadeirinha de bebê. Ainda carregam os slogans de Modelo, Big Lar e Paulista. Também temos carrinhos verdes e laranjas do seu vizinho Atacadão, mas estes estão amontoados nos fundos, próximos ao Aristides, próximos de um córrego. Talvez o seu design diferenciado dificulte a sua restauração.
Ok, falei e falei e pouco disse.
Pode não parecer, mas um carrinho de supermercado é caro. Um modelo médio de 160 litros, novo, custa cerca de 400 reais. Se você quiser montar uma pequena rede de supermercado com 12 carrinhos, esteja preparado a gastar 5 mil reais. Fora a colocação do nome nos cabos, que é um custo separado. Você provavelmente não sabia que todos aqueles carrinhos estacionados, custavam mais que um carro popular.
Pelo preço caro, compensa o mandar ser reformado. Ou, até mesmo, adquirir um carrinho usado e reformado na tal oficina. Mesmo que para uma pessoa comum, que sonha em empurrar suas sacolas confortavelmente para dentro de caso, o preço continue soando proibitivo. Duzentos reais.
O motivo? Segundo o vendedor, o carrinho pesa uns 15 quilos e é feito todo em aramado. E o quilo do aramado, diz ele, está caro, muito caro. Para piorar, as rodas são caras também.
Mas, se você mesmo assim, ainda sonha com um carrinho próprio, e apenas um, você poderá procurar um ferro velho próximo. Estão sendo vendidos dois carrinhos por 80, cada. Porque tão baratos? Porque foram roubados de um supermercado Modelo “tem até escrito ‘Depósito’ no cabo”, ria o mecânico de carrinhos. “E não tem problema em comprar roubado?”. Ele dizia que não.
Mas, se você mesmo assim quiser um carrinho de supermercado (se é que você quer) e apenas um, para serviços domésticos, você pode procurar um ferro velho na região. Em um deles estão vendendo dois carrinhos, por 80 reais cada. Muito provavelmente foram roubados do depósito de um supermercado modelo. “E não tem problema comprar roubado?”. O vendedor pelo menos diz que não.
E no fim, os carrinhos e o cromo não tinham ligação nenhuma. E assim o meu texto não tinha um fim. Motivo pelo qual, permaneceu esquecido durante vários meses.
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