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Se beber não case

Três amigos estão em um carro. Eles foram para uma despedida de solteiro em Las Vegas e não se lembram de nada do que aconteceu na noite. Só sabem que o noivo Doug desapareceu.

Começam a procurar no carro alguma pista sobre o paradeiro do noivo. Descobrem um sapato perdido e uma camisinha usada, que ainda está úmida. Com nojo, a camisinha é jogada para lá e para cá até ser jogada pela janela. Eles acabam no acostamento. É quando escutam o barulho de alguém se debatendo no porta-malas. Pensam “é o Doug” e vão correndo abrir.

Para a surpresa deles, não é o noivo e sim o um chinês de cuecas que pula e começa a aplicar golpes com um pé de cabra, para depois fugir.

Essa é uma das boas cenas do filme mais engraçado que eu vi em algum tempo. O grande pecado é a tradução do título. “The Hangover” ou “A Ressaca” ganhou esse nome de comédia com Ashton Kutcher. Sim, é uma comédia com momentos de humor grotesco. Mas a grande graça são as cenas surreais (o que é o tigre no banheiro?), o politicamente incorreto (“veja, o bebe está se masturbando”) e a loucura em geral.

O roteiro também é interessante. Os fatos não passam em tempo real. O filme começa pelo esquecimento, e pela tentativa de lembrar tudo o que aconteceu na noite. A motivação do filme está em ligar o que todas aquelas situações doidas tem em comum. E, propositalmente acredito, algumas coisas permanecem sem explicação. A ligação entre elas é a possível moral da história de que “afinal, as pessoas fazem muita merda quando estão bêbadas, mesmo”.

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