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Mostrando postagens de setembro, 2025

1996 (De Novo)

Uma equipe inglesa dominante. Dois pilotos inconstantes brigando pelo título sem empolgar ninguém. O melhor piloto do grid correndo naquele que talvez seja o terceiro melhor carro do grid, mas mesmo assim conseguindo algumas grandes exibições que comprovam o seu status. Você pode imaginar que eu estou falando sobre a atual temporada da Fórmula 1, mas estou aqui descrevendo o ano de 1996. Quase 29 anos depois, assistimos o enredo de repetir, como se fosse um remake de temporada. Vejamos, se agora a McLaren entregou o melhor carro do ano, com folga, em 1996 este equipamento era o da Williams. O mundial é liderado por Oscar Piastri, que tal qual Damon Hill é um piloto constante, capaz de apagões eventuais, mas extremamente insosso. Seus adversários e companheiros era pilotos um pouco mais carismáticos, mas muito mais erráticos e que davam a impressão de não se importarem muito com a competição: Jacques Villeneuve e Lando Norris. (Para ser melhor, só se Piastri e Norris invertessem papéis,...

George Harrison de 1 a 10

A carreira solo de George Harrison talvez seja a mais consistente entre todos os ex-integrantes dos Beatles. Entre sua estreia avassaladora até o seu último disco póstumo, George entregou uma série de álbuns razoáveis, sem tantos momentos erráticos quanto seus ex-companheiros. Vamos a uma breve análise da sua discografia. Estreias experimentais Antes de tudo havia o barulho. A estreia solo oficial de George Harrison é com o álbum Wonderwall Music de 1968, trilha sonora para o filme experimental  Wonderwall (alô Noel Gallagher). É uma trilha incidental de base indiana, mas você pode até gostar de Ski-Ing . Em 1969 George lançou Electronic Sound , que avança no território da música eletrônica de vanguarda. (John Lennon havia feito a mesma coisa em parceria com Yoko Ono nessa época). Deixo qualquer opinião para os especialistas. All Things Must Pass (1970) Estreia de fato de George, All Things Must Pass é um disco triplo, sendo que o terceiro LP é uma grande jam experimental. O álbu...

Renascimento Artístico dos Artistas da minha Juventude

Os anos 90 representaram uma espécie de renascimento para uma série de artistas que surgiram nos anos 60 e viveram o seu auge criativo até os anos 70. No geral, são músicos que viveram anos terríveis durante a década de 80 - uma década sui generis no mundo musical - tentando se conectar às tendências dessa época, mas soando sempre deslocados, parecendo pouco confortáveis, tentando vestir uma roupa que não lhes cabia direito. Alguns dos bons exemplos deste sofrimento são Paul McCartney, Bob Dylan, Neil Young e Eric Clapton. Após o fim dos Wings - cujos últimos discos já não eram grande coisa - Paul tentou abraçar o SynthPop, fez parcerias com Michael Jackson, lançou o terrível Give My Regards to Broad Street e até músicas com algum potencial, como My Brave Face , eram embalada em uma estética terrível. Seu renascimento ocorreu no ano de 1997, quando após passar alguns anos envolvido no projeto do Anthology, ele reencontrou suas origens e lançou o belo Flaming Pie . Desde então, sua car...

As despedidas do Brasil antes da Copa do Mundo

Nesta quinta-feira, 04 de setembro, o Brasil enfrenta o Chile no Maracanã, pela 17ª e penúltima rodada das eliminatórias sul-americanas. Ao que tudo indica, será o último jogo do Brasil antes da Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá. Vamos a seguir ver quais foram os últimos jogos do Brasil antes de uma copa - tanto em casa, quanto o último mesmo. 1930 O último jogo do Brasil antes de participar da primeira Copa do Mundo da história foi disputado um pouco mais de um ano antes da competição no Uruguai. Trata-se de um amistoso contra o time húngaro do Ferencváros, jogado no estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro em 10 de julho de 1929. O Brasil venceu por 2x0, gols de Petronilho de Britto do extinto Clube Atlético Independência de São Paulo e Feitiço, do Santos. No dia 14 de julho de 1930 o Brasil estreou na Copa, perdendo para a Iugoslávia. por 2x1. 1934 Se você acha que o caso de 1930 foi estranho, imagine o de 1934. O Brasil fez seu único jo...

Veríssimo

Comédias para se Ler na Escola foi o primeiro livro adulto que eu li completamente na minha vida. Fazia parte de uma série da editora objetiva, reeditando a carreira de Luis Fernando Veríssimo. Ganhei ele do meu padrinho e o li em mais ou menos duas tardes, deitado de uma rede em um hotel do pantanal. Desisti de acompanhar outras pessoas em um passeio de cavalo, porque pretendia terminar a leitura. Era, com certeza, a coisa mais engraçada que eu já havia lido na minha impressionante vida de 14 anos. Uma vida que foi em boa parte dedicada à leitura de gibis e revistas, mas que não havia prosperado naqueles livros infanto-juvenis da escola, tampouco no outro presente do meu padrinho, o primeiro da série Harry Potter - nunca gostei de fantasia e bruxinhos voando em vassouras era o cúmulo do ridículo para mim. A escrita do Veríssimo, por outro lado, era extremamente realista. Precisa, concisa, descrevia fatos com objetividade aguda, resumia grandes pensamentos em poucos palavras. Observava...