Uma simples imagem de Serena Williams disputando uma final em Wimbledon representa mais do que qualquer palavra a sua importância para o tênis.
Serena sempre foi uma força da natureza. Um clichê esportivo tão repetido, mas que não deixa de ser uma verdade. Seu tênis vinha do mesmo lugar de onde vêm o vento, a chuva e o sol. Seu tênis soprava pela quadra e varria as adversárias.
Sua força sempre de destacou e durante muito tempo foi alvo de críticas racistas, como se suas qualidades fossem uma injustiça perante as oponentes, que ela geralmente engolia sem piedade. Quantas, diante dela, não pareciam apenas crianças perdidas procurando o colo da mãe.
Era força, mas era técnica, era confiança. A autoconfiança de Serena muitas vezes foi vista como arrogância, mas não deixa de ser uma maneira de se afirmar em um ambiente muitas vezes hostil.
Ao anunciar sua aposentadoria após o US Open, o mito se desfez e surgiu o ser humano. Um corpo que também se cansa e que um dia não consegue mais fazer aquilo que sempre fez com maestria. O declínio físico pode ser triste, mas para um atleta é a oportunidade de se valorizar o que ele foi.
Com quase 41 anos e vencendo torneios desde 1999, a última dança de Serena foi longa. Uma celebração ao esporte. Derrotou duas adversárias, uma delas a atual número 2 do mundo, antes de parar na terceira rodada. Não sem lutar, com direito a última game de quase 15 minutos, com uma dezena de bolas espetaculares. Não houve o último momento mágico, o último golpe que lembrou os velhos tempos, porque o tempo todo, Serena estava ali para impressionar.
Que o mundo pós-Serena seja melhor do que o que ela encontrou quando começou no tênis. Que ela possa aproveitar a vida toda que ainda tem para viver.
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