Encontrei Ricardo na fila do Subway. Entre os queijos e a salada fiquei sabendo que ele está casado e mora no mesmo bairro em que eu moro.
Quando éramos pequenos, tínhamos a mesma idade e também morávamos no mesmo bairro. Conheci Ricardo na pré-escola e segui estudando com ele até o 2º ano, nem sempre na mesma turma.
Ricardo lembrou de quantas vezes jogamos bola no gramado da minha casa. Perguntou dos meus pais e perguntei dos dele. Se lembrou dos cachorros e do vizinho da frente, todos já morreram.
Lembrei das tantas partidas de International Super Star Soccer Deluxe, jogadas no meu quarto e na sala da casa dele.
Quando começamos a voltar a pé para casa do colégio, voltávamos juntos e eu sempre parava para tomar água na casa dele. A essa altura o pai dele já tinha comprado um galpão do lado da casa dele.
Quando nos conhecemos éramos filhos únicos, mas agora ele já não é mais. No começo dos anos 2000 ele ganhou uma irmã, que caramba, já deve ter 18 anos. No dia em que ela nasceu, Ricardo saiu da escola e esqueceu um livro. Me pediram para deixar na casa dele, mas é claro que não tinha ninguém. Joguei o livro por cima da garagem. Lembro da estranheza em pensar que alguém com a nossa idade iria ganhar um irmão.
Lembrei do dia em que Ricardo comemorou o aniversário dele no Edlus. Estava boa parte da turma e voltamos todos na caçamba da D-20 do seu pai, eu de cara no vidro vendo a televisão que tinha dentro do carro do seu pai e passava um jogo de futebol. Maio de 1996.
Ricardo e eu jogamos Ping-Pong, discutimos Fórmula 1, Fórmula Indy, São Paulo x Palmeiras, Cavaleiros do Zodíaco. Almocei costela na casa dele e não gostei.
Quando Ricardo ia na minha casa, descíamos pra ver o Rio Coxipó. Por algum motivo era legal ver o rio. Mas depois deixou de ser legal, assim como tantas outras coisas. Ele se mudou de casa e no colégio tínhamos grupos de amizade diferente. Desde 2004 eu nunca mais o vi.
Encontrei Ricardo na fila do Subway e fiquei feliz. Por saber ali, entre o queijo e a salada, que tudo continua bem. Que todo esse passado de videogames, futebol, caminhadas e caçambas iria se encontrar ali na espera por um pão de 15 cm, de certa forma foi como se tudo fizesse sentido.
Quando éramos pequenos, tínhamos a mesma idade e também morávamos no mesmo bairro. Conheci Ricardo na pré-escola e segui estudando com ele até o 2º ano, nem sempre na mesma turma.
Ricardo lembrou de quantas vezes jogamos bola no gramado da minha casa. Perguntou dos meus pais e perguntei dos dele. Se lembrou dos cachorros e do vizinho da frente, todos já morreram.
Lembrei das tantas partidas de International Super Star Soccer Deluxe, jogadas no meu quarto e na sala da casa dele.
Quando começamos a voltar a pé para casa do colégio, voltávamos juntos e eu sempre parava para tomar água na casa dele. A essa altura o pai dele já tinha comprado um galpão do lado da casa dele.
Quando nos conhecemos éramos filhos únicos, mas agora ele já não é mais. No começo dos anos 2000 ele ganhou uma irmã, que caramba, já deve ter 18 anos. No dia em que ela nasceu, Ricardo saiu da escola e esqueceu um livro. Me pediram para deixar na casa dele, mas é claro que não tinha ninguém. Joguei o livro por cima da garagem. Lembro da estranheza em pensar que alguém com a nossa idade iria ganhar um irmão.
Lembrei do dia em que Ricardo comemorou o aniversário dele no Edlus. Estava boa parte da turma e voltamos todos na caçamba da D-20 do seu pai, eu de cara no vidro vendo a televisão que tinha dentro do carro do seu pai e passava um jogo de futebol. Maio de 1996.
Ricardo e eu jogamos Ping-Pong, discutimos Fórmula 1, Fórmula Indy, São Paulo x Palmeiras, Cavaleiros do Zodíaco. Almocei costela na casa dele e não gostei.
Quando Ricardo ia na minha casa, descíamos pra ver o Rio Coxipó. Por algum motivo era legal ver o rio. Mas depois deixou de ser legal, assim como tantas outras coisas. Ele se mudou de casa e no colégio tínhamos grupos de amizade diferente. Desde 2004 eu nunca mais o vi.
Encontrei Ricardo na fila do Subway e fiquei feliz. Por saber ali, entre o queijo e a salada, que tudo continua bem. Que todo esse passado de videogames, futebol, caminhadas e caçambas iria se encontrar ali na espera por um pão de 15 cm, de certa forma foi como se tudo fizesse sentido.
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