Tive que pesquisar o nome no Google: Hoverboard. Durante algum tempo, em minha ignorância sobre as novas tecnologias, pensei que eram apenas Segways, aquela mistura de patinete invertida motorizada com púlpito ambulante, que confere aos seguranças de Shopping um aspecto de autoridade. No entanto, os Segways têm um guidão, manopla, braço de apoio ou que quer que seja utilizado pelos referidos seguranças para se equilibrarem enquanto deslizam onipresentes pelos espaçosos e bem iluminados corredores dos estabelecimentos comerciais.
O Hoverboard não tem este apêndice fálico, sendo apenas uma prancha de skate com rodas laterais. Um meio de locomoção que parece surgido diretamente de "De Volta Para o Futuro" e que virou uma febre incurável entre as crianças.
Saio para correr no condomínio onde moro e por um instante acho que fui abduzido para uma ficção distópica disponível para os assinantes de um serviço de Streaming. Por onde ando, vejo crianças mesmerizadas sobre estes aparatos tecnológicos.
Dobro uma esquina e lá estão quatro meninas em seus hoverboards com luzes coloridas e piscantes fazendo um trenzinho ensandecido ao som de uma música eletrônica infantil. A menina da frente dança e gesticula como se fosse uma espécie de líder de torcida organizada regendo uma orquestra de fanfarra androide.
Em outra rua, outra menina permanece parada em seu hoverboard que gira, fazendo uma espécie de zerinho pós-moderno no asfalto. A criança, gira e gira e gira e gira como se estivesse enfeitiçada pela Bruxa de Blair. Seu rosto não esboça uma única reação de satisfação, mas diria que ela está plena com sua façanha.
Menininhos andando pra lá, menininhas para cá, uma adolescente tentando se equilibrar sobre aquilo como se estivesse em um processo de cura espiritual. Uma volta depois ela segue nesse processo regenerativo, só que dessa vez se segurando em um poste - e daí me vem a imagem da Bruxa de Blair.
E eu apenas sigo nesse filme louco em que crianças se locomovem por um meio de transporte bem pouco usual e que de alguma maneira parece escravizar as meninas e os meninos. Termino a corrida perturbado. Mas vou dormir. Torcendo para que quando meu filho chegue nessa idade o Hoverboard já tenha saído de moda, o que pode ser bom, mas vai saber o que é que vai consumir meu dinheiro daqui cinco ou seis anos.
O Hoverboard não tem este apêndice fálico, sendo apenas uma prancha de skate com rodas laterais. Um meio de locomoção que parece surgido diretamente de "De Volta Para o Futuro" e que virou uma febre incurável entre as crianças.
Saio para correr no condomínio onde moro e por um instante acho que fui abduzido para uma ficção distópica disponível para os assinantes de um serviço de Streaming. Por onde ando, vejo crianças mesmerizadas sobre estes aparatos tecnológicos.
Dobro uma esquina e lá estão quatro meninas em seus hoverboards com luzes coloridas e piscantes fazendo um trenzinho ensandecido ao som de uma música eletrônica infantil. A menina da frente dança e gesticula como se fosse uma espécie de líder de torcida organizada regendo uma orquestra de fanfarra androide.
Em outra rua, outra menina permanece parada em seu hoverboard que gira, fazendo uma espécie de zerinho pós-moderno no asfalto. A criança, gira e gira e gira e gira como se estivesse enfeitiçada pela Bruxa de Blair. Seu rosto não esboça uma única reação de satisfação, mas diria que ela está plena com sua façanha.
Menininhos andando pra lá, menininhas para cá, uma adolescente tentando se equilibrar sobre aquilo como se estivesse em um processo de cura espiritual. Uma volta depois ela segue nesse processo regenerativo, só que dessa vez se segurando em um poste - e daí me vem a imagem da Bruxa de Blair.
E eu apenas sigo nesse filme louco em que crianças se locomovem por um meio de transporte bem pouco usual e que de alguma maneira parece escravizar as meninas e os meninos. Termino a corrida perturbado. Mas vou dormir. Torcendo para que quando meu filho chegue nessa idade o Hoverboard já tenha saído de moda, o que pode ser bom, mas vai saber o que é que vai consumir meu dinheiro daqui cinco ou seis anos.
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