Ao que tudo indica, ontem a carreira de Felipe Massa chegou ao fim com a 10ª colocação no GP de Abu Dhabi. Acredito que é um bom momento para se encerrar a carreira, quando ele mostra que ainda teria mais algum gás para queimar, mas que não era tanto gás assim. Sai de cena antes de virar uma piada ,e ao que parece, mais tranquilo do que os comentaristas do SporTV com a situação. Felipe já parecia desmotivado nesse ano e sem fazer muita coisa de especial em boa parte da temporada.
Uma boa aposentadoria, porquê ele definitivamente não tinha muito mais o que fazer na carreira. Depois de um surpreendente ressurgimento em 2014, a Williams vem em uma espiral de decadência e é um tanto quanto melancólico que um piloto passe os últimos dias de sua carreira se arrastando no fim do grid, que saia de cena como um Jarno Trulli.
A nova aposentadoria de Felipe abre espaço para as homenagens e para os massacres. Pelo lado dos massacres, há a acusação de que ele não foi o que se esperava que poderia ser. Curiosa essa afirmação. Pelo menos para mim, Felipe Massa foi muito mais do que aparentava que poderia ser.
Quando foi anunciado para correr pela Sauber em 2002, ele me parecia mais um Enrique Bernoldi ou Luciano Burti, daqueles brasileiros que chegam muita expectativa - por mais que ele tenha dominado alguns campeonatos de base medianos nos anos anteriores. Havia muito mais expectativa com Antonio Pizzonia, Ricardo Zonta, mesmo Bruno Junqueira e anos recentes até Lucas Di Grassi. Quando Felipe foi confirmado para correr pela Ferrari em 2006, parecia uma loucura. Ele não parecia ter feito nado demais em três anos de Sauber.
Começo mediano na Ferrari, mas em pouco tempo ele provou que poderia sim ser um piloto de ponta. Terminou 2006 muito bem, teve um 2007 errático com alguns anos de ponta e fez uma grande temporada em 2008. Poderia ter sido campeão se a mangueira não tivesse ficado presa no seu carro na Malásia, se o seu motor não estourasse na antepenúltima volta na Hungria, se a chuva tivesse apertado um minuto depois em Interlagos.
Aquela tarde em Interlagos: o primeiro momento definitivo de sua carreira. Ele quase foi campeão. Um improvável campeão, após uma temporada em que Hamilton foi mais brilhante. Massa se mostrou um piloto com uma incrível capacidade de dominar corridas a partir do momento em que assumia a liderança, mas Hamilton teve mais momentos de superação. Era quase impossível que ele perdesse o título, mas uma corrida louca o deixou na corda bamba o tempo inteiro e quanto Sebastian Vettel o ultrapassou a quatro voltas do fim, Interlagos vivenciou seis ou sete minutos de loucura. Massa cruzou a linha como campeão, mas Glock patinou no fim e Hamilton conseguiu o título por um ponto.
O segundo momento definitivo de sua carreira foi um pouco depois, em 2009. A Ferrari fez um carro sofrível no começo do ano, mas começou a se recuperar. Felipe poderia ter brigado por algumas vitórias no fim da temporada, mas uma mola atingiu sua cabeça na Hungria e ele quase morreu. Voltou no começo da temporada seguinte, mas de fato nunca mais foi o mesmo.
Para piorar, ganhou o destrutivo Fernando Alonso como companheiro e foi engolido. Teve brilhos esporádicos nos anos seguintes sendo que o que seria o maior deles acabou se transformando em sua vergonha maior no terceiro momento definitivo de sua carreira: Fernando is Faster than you. A partir de então, ele ganhou na testa o adesivo de fracassado e suas avaliações passaram a ser muito mais negativas.
Tentativas de renascimento como na segunda metade da temporada de 2012, de 2014, pódio na Itália em 2015. Parece que depois daquela mola e principalmente depois da mensagem de rádio, Felipe viveu um longo crepúsculo na carreira. Termina suas 15 temporadas na Fórmula 1 com um retrospecto negativo na comparação com os companheiros de equipe: apenas três vezes os superou ao longo de uma temporada. (Em 2005 contra Villeneuve, em 2008 contra Raikkonen e agora em 2017 contra Stroll).
Mas mesmo assim, mesmo diante disso, tenho que dizer: Felipe Massa fez mais do que eu esperava. Sua carreira foi mais grandiosa do que eu imaginava que poderia ser.
A nova aposentadoria de Felipe abre espaço para as homenagens e para os massacres. Pelo lado dos massacres, há a acusação de que ele não foi o que se esperava que poderia ser. Curiosa essa afirmação. Pelo menos para mim, Felipe Massa foi muito mais do que aparentava que poderia ser.
Quando foi anunciado para correr pela Sauber em 2002, ele me parecia mais um Enrique Bernoldi ou Luciano Burti, daqueles brasileiros que chegam muita expectativa - por mais que ele tenha dominado alguns campeonatos de base medianos nos anos anteriores. Havia muito mais expectativa com Antonio Pizzonia, Ricardo Zonta, mesmo Bruno Junqueira e anos recentes até Lucas Di Grassi. Quando Felipe foi confirmado para correr pela Ferrari em 2006, parecia uma loucura. Ele não parecia ter feito nado demais em três anos de Sauber.
Começo mediano na Ferrari, mas em pouco tempo ele provou que poderia sim ser um piloto de ponta. Terminou 2006 muito bem, teve um 2007 errático com alguns anos de ponta e fez uma grande temporada em 2008. Poderia ter sido campeão se a mangueira não tivesse ficado presa no seu carro na Malásia, se o seu motor não estourasse na antepenúltima volta na Hungria, se a chuva tivesse apertado um minuto depois em Interlagos.
Aquela tarde em Interlagos: o primeiro momento definitivo de sua carreira. Ele quase foi campeão. Um improvável campeão, após uma temporada em que Hamilton foi mais brilhante. Massa se mostrou um piloto com uma incrível capacidade de dominar corridas a partir do momento em que assumia a liderança, mas Hamilton teve mais momentos de superação. Era quase impossível que ele perdesse o título, mas uma corrida louca o deixou na corda bamba o tempo inteiro e quanto Sebastian Vettel o ultrapassou a quatro voltas do fim, Interlagos vivenciou seis ou sete minutos de loucura. Massa cruzou a linha como campeão, mas Glock patinou no fim e Hamilton conseguiu o título por um ponto.
O segundo momento definitivo de sua carreira foi um pouco depois, em 2009. A Ferrari fez um carro sofrível no começo do ano, mas começou a se recuperar. Felipe poderia ter brigado por algumas vitórias no fim da temporada, mas uma mola atingiu sua cabeça na Hungria e ele quase morreu. Voltou no começo da temporada seguinte, mas de fato nunca mais foi o mesmo.
Para piorar, ganhou o destrutivo Fernando Alonso como companheiro e foi engolido. Teve brilhos esporádicos nos anos seguintes sendo que o que seria o maior deles acabou se transformando em sua vergonha maior no terceiro momento definitivo de sua carreira: Fernando is Faster than you. A partir de então, ele ganhou na testa o adesivo de fracassado e suas avaliações passaram a ser muito mais negativas.
Tentativas de renascimento como na segunda metade da temporada de 2012, de 2014, pódio na Itália em 2015. Parece que depois daquela mola e principalmente depois da mensagem de rádio, Felipe viveu um longo crepúsculo na carreira. Termina suas 15 temporadas na Fórmula 1 com um retrospecto negativo na comparação com os companheiros de equipe: apenas três vezes os superou ao longo de uma temporada. (Em 2005 contra Villeneuve, em 2008 contra Raikkonen e agora em 2017 contra Stroll).
Mas mesmo assim, mesmo diante disso, tenho que dizer: Felipe Massa fez mais do que eu esperava. Sua carreira foi mais grandiosa do que eu imaginava que poderia ser.
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