Não me lembrava a data exata, mas as efemérides me lembram que foi em um dia 02 de março, um sábado. Dia em que a TV estava ligada na Globo de manhã, como costumava a estar em todos os sábados para assistir algum desenho ou alguma programação esportiva, quando veio a terrível música do plantão: um acidente na Serra da Cantareira com um avião, onde provavelmente estavam os integrantes da banda Mamonas Assassinas.
A certeza foi quase imediata de que eles haviam morrido e realmente, é difícil ter sobreviventes em um acidente de avião. Os dias seguintes foram de comoção com a exibição do vídeo do tecladista, que dois dias antes do acidente sonhou com a morte em um acidente de avião, reportagens especiais em todos os canais de TV tentando explicar o acidente, para muitos inexplicáveis (estaria o Dinho no comando da aeronave? Me lembro dos relatos sobre as imagens dos corpos vistas por especialistas da terceira série).
Os Mamonas Assassinas foram provavelmente a banda com a carreira mais meteórica da história do Brasil. Não me lembro a primeira vez que os escutei, mas lembro da minha prima que tinha uns 14 anos e que escutava o disco todas as semanas. E todas as semanas eles estavam em pelo menos um programa de TV tocando seu repertório curto, mas repleto de clássicos. Vinte anos depois, é impossível não se lembrar da letra da maioria das canções.
Eles se destacavam pelo seu bom humor, com seus figurinos inspirados em mamíferos da parmalat e no chapolim colorado. Seus versos inesquecíveis como "gaúcho também pode, não tem que disfarçar", ou "tu ficaste tão bonita monoteta, mais vale um na mão do que dois no sutiã", ou ainda "toda vez que eu me lembro de você, me dá vontade de te bater, te espancar ó meu amor".
Mas vale destacar que as músicas também eram boas, com variações rítmicas legais. Destaco sempre a música do Jumento, que é um Punk Baião muito louco.
Difícil saber se eles poderiam fazer alguma coisa a mais na carreira.
Mas o que me chama a atenção são os 20 anos, que passaram tão rápido. E pensar que o sucesso deles não durou nem um ano.
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