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Balanço da Temporada 2012 da Fórmula 1

A última corrida da melhor temporada que eu vi da Fórmula 1, confirma este fato. A melhor temporada que eu já vi. Interlagos viu uma corrida maluca, cheia de alternativas. Vettel teve todo o azar do mundo: largada ruim, espremido pelo companheiro de equipe, atingido por Bruno Senna na primeira volta, caiu para o último lugar. Fechou a primeira volta na 22ª colocação e no final da sétima volta já era o sexto colocado. Ganhou 16 posições em 6 voltas, um feito impressionante no sabão que estava a pista de Interlagos, durante aquele chove não molha. Daí para a frente, ele contou com a chuva, com ataques de Kobayashi um pit stop completamente equivocada da Red Bull e outra troca de pneus demorada, que o fez cair para a 11ª posição. Teve que ultrapassar Kobayashi e Schumacher com a pista escorregadia para alcançar a sexta posição que lhe daria o título. Atuação sensacional contra um também sensacional Fernando Alonso.

Mas, farei aqui uma avaliação da atuação de cada piloto ao longo desta temporada.

Sebastian Vettel: Se torna o tricampeão mais jovem da história (6 anos mais jovem do que Senna) e se confirma como um fenômeno. Teve uma temporada difícil, somando pontos durante boa parte da temporada, sem sonhar com vitórias, mas se mantendo a uma distância que o mantinha na briga. Aproveitou a evolução da Red Bull para assumir a liderança do mundial e, depois disso, fez duas corridas de recuperação espetaculares, mostrando que também sabe ultrapassar quando é necessário.

Fernando Alonso: Alonso tem uma sina em sua vida. Apenas duas vezes teve o melhor carro da temporada. Na primeira metade da temporada de 2006, quando conseguiu dominar seus adversários e obter uma grande quantidade de vitórias e na temporada de 2007, quando se perdeu na briga com Hamilton. Fora isso, sempre foi o cara do carro inferior que batalha com todas as suas forças para conseguir o melhor resultado. Fez uma temporada absolutamente batalhadora e exemplar, a Ferrari lhe deu um carro competitivo apenas na primeira parte da temporada européia, quando conseguiu duas vitórias. A impressão, é de que com um carro bom, será campeão. Mas talvez, sua sina seja estar sempre na inferioridade.

Kimi Raikkonen: Teve uma grande volta a Fórmula 1, após duas temporada de ausência. Conseguiu uma vitória apenas, mas esteve sempre na zona de pontos e foi sempre um piloto consistente, que conseguia tirar bons resultados dos seus pneus. Outro que, com um carro competitivo, brigará pelo título ano que vem.

Lewis Hamilton: Hamilton teve em mãos aquele que foi o melhor carro durante a maior parte da temporada. Mas, contou com pit stops equivocadas da McLaren no começo, foi atropelado por Maldonado quando era o terceiro colocado na Europa, quebrou quando liderava em Cingapura e em Abu Dhabi, foi atingido por Hulkenberg quando liderava no Brasil. Azares que lhe tiraram inúmeros pontos que o impediram de brigar pelo título.

Jenson Button: Começou o ano bem e então teve uma queda de rendimento bruta, dizem que por ter brigado com a namorada. A partir da Alemanha voltou a andar bem e foi um dos pilotos que mais somou pontos na segunda parte da temporada. Mas, mesmo com isso e com suas três vitórias, fez uma temporada de coadjuvante.

Mark Webber: Chegou a brigar pelo título na primeira metade no campeonato. Depois disso, alguns problemas mecânicos, atuações fracas e uma incrível capacidade de largar mal, foram lhe deixando para trás. Fez uma temporada medíocre.

Felipe Massa: Começo de temporada patético, final de temporada alentador, andando até mais forte do que Alonso em algumas corridas. Termina bem a temporada, dando esperança de um campeonato melhor ano que vem. Mas, tem que se livrar da sina de capacho do Alonso. A mudança de câmbio para beneficiar o espanhol nos Estados Unidos foi ridícula.

Romain Grosjean: Fez um bom começo de temporada, acompanhando o nível de Raikkonen. Mas, a sua incrível capacidade de arrumar confusão nas primeiras voltas lhe tirou do páreo e o francês fez um final de temporada deprimente. Mostrou ser muito rápido em treinos.

Nico Rosberg: Seu ponto positivo nesta temporada foi o fato de ter alcançado a primeira vitória e a primeira pole. Fora isso, o alemão sofreu com a queda de produção da Mercedes ao longo da temporada. Nas últimas corridas da temporada, a equipe alemã parecia ser apenas a oitava força da categoria.

Sérgio Pérez: Teve uma atuação estupenda em algumas corridas, principalmente na Malásia e na Itália, quando chegou a flertar com uma vitória histórica. Mas parece que se empolgou após ser contratado pela McLaren para 2013 e não fez mais nenhum ponto depois disso. É uma incógnita para o ano que vem.

Nico Hulkenberg: Começou o ano mal, mas foi se recuperando e conseguindo algumas grandes atuações a partir do meio da temporada. Poderia ter vencido no Brasil, no mínimo conseguido um pódio, não fosse a derrapada durante a tentativa de ultrapassagem contra Hamilton na pista molhada. A Force India, assim como Sauber e Williams eram equipes que, dependendo do final de semana, podiam sonhar com vitórias, mas em outros brigavam para permanecer na pista.

Kamui Kobayashi: Foi o Koba de sempre, dando show em algumas oportunidades, cometendo erros em outros, mas sendo sempre um piloto agressivo e capaz de ultrapassagens incríveis. Infelizmente, deve ficar sem carro no ano que vem, pela falta de um patrocinador forte. Vai fazer falta.

Michael Schumacher: No começo da temporada, quando a Mercedes tinha um carro competitivo, Schumacher sofreu com problemas mecânicos. Conseguiu um pódio em Valencia, uma volta mais rápida na Alemanha e uma quase pole em Mônaco. A temporada acabou sendo medíocre, mas seu carro não permitira mais. Sua velocidade esteve próxima da de Rosberg e acho que consegue uma aposentadoria digna para um senhor de 43 anos.

Paul di Resta: Seu melhor momento foi uma quarta colocação em Cingapura. Mas, o escocês brilha pouco, é um piloto correto e nada mais.

Pastor Maldonado: Conseguiu uma vitória histórica em Barcelona e mostrou que é muito, muito rápido nos treinos e mesmo nas corridas. Mas seu talento é proporcional a sua inconsequência. Maldonado bateu tanto, cometeu tantas infrações, erros bobos, sofreu tantas punições, que o impediram de ter uma temporada melhor em um ano em que teve um bom carro.

Bruno Senna: Bruno mostrou ser um piloto constante, capaz de manter um bom ritmo de corrida para brigar por pontos. Mas vai muito mal nos treinos e isso o impede de conseguir resultados bons em corrida. Não parece ter nenhum talento especial para se destacar nos próximos anos.

Jean-Éric Vergne: O aprendiz da Red Bull mostrou que vai mal nos treinos, mas que consegue alguma constância em corridas. Poderia ter conseguido um bom resultado em Mônaco, mas a equipe errou feio na estratégia. Se melhorar nos treinos, pode evoluir nos próximos anos.

Daniel Ricciardo: O outro aprendiz da Red Bull carregava mais expectativa, era tratado como futuro vencedor pela equipe. Mas, mostrou pouco em sua primeira temporada completa. É veloz, mas inconstante. Acho que mostrou menos do que Alguersuari, o antigo aprendiz da fábrica de energéticos.

Vitaly Petrov: Foi geralmente mais lento do que seu companheiro, Kovalainen, mas aproveitou a confusão em Interlagos para conseguir um 11º lugar, quase conseguir um ponto.

Timo Glock: Piloto burocrático, que apenas entra no carro e o guia até o final. Deve seguir ano que vem, sem fazer nada de muito importante em uma equipe fraca.

Charles Pic: Não fez quase nada e ainda conseguiu uma vaga em uma equipe um pouquinho melhor para o ano que vem. As maravilhas do dinheiro.

Heikki Kovalainen: O finlandês foi constantemente o mais rápido das equipes nanicas, mas não teve a sorte de conseguir um bom resultado em uma corrida maluca e acabou atrás no mundial. Deve ficar sem vaga ano que vem, mesmo tendo sido o melhor dos pequenos nos últimos três anos. Não tem dinheiro para pagar a sua vaga.

A dupla da HRT não merece ser avaliada, coitados.

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