Existem algumas coisas na sua vida que você não sabe quando é que começaram. São aspectos tão rotineiros, que você tem a certeza de que sempre esteve fazendo isso. Eu, por exemplo, não sei qual foi a primeira vez em que eu fui à banca do Jardim das Américas. Se tento puxar pela memória e vasculhar minhas lembranças, eu já me vejo lá dentro nas manhãs ou tardes de domingo. Desde que eu me conheço como gente, eu já frequentava esta banca. Simplesmente não me lembro como era a minha vida antes.
Sempre ia até lá nos domingos, acompanhando meu pai que ia comprar a Folha de São Paulo e alguma outra revista. Eu aproveitava para levar os gibis da Mônica, ou os álbuns de figurinhas do Campeonato Brasileiro ou Copa do Mundo. Depois, passei a levar as revistas de futebol, de música, curiosidades ou o que seja.
Acredito que quase todas as revistas que eu li na minha vida, eu conheci ali. Pode parecer estranho, mas sempre que eu acabava comprando uma revista em outra banca de jornal – quando estava viajando, ou por mero acaso – eu me sentia traindo a lealdade daquele espaço que sempre me aguardava aos domingos.
Aquela banca está ligada a minha história de vida. Eu cresci lá dentro. Acompanhei as principais notícias dos últimos anos em suas prateleiras, principalmente na época em que a internet não estava tão presente em nossas vidas (nem faz tanto tempo em que o mundo era assim). As minhas primeiras mesadas, gastei quase todas lá. A primeira vez em que assinei uma matéria no jornal, foi lá que eu vi.
Não sei porque eu comecei a ir até lá, já que minha memória me diz que eu sempre estive lá, mas talvez seja porque aquela era a banca mais próxima da minha casa. Nestes tantos anos que frequentei a banca, talvez 20 anos, lembro que ela teve três donos. A convivência fazia com que eles soubessem as revistas que eu compraria e me indicavam quando elas chegavam.
Neste tempo acompanhei a mudança do no Jardim das Américas. Antigamente era um bairro diferente, sem o shopping, o supermercado, a galeria. É até difícil lembrar o que existia por ali no começo. Só lembro de um terreno cheio de eucaliptos, onde depois foi construída a ampliação do shopping. Nestes tantos anos, a própria banca também mudou de calçadas, de formas.
Até que no último dia 20 de maio, a banca fechou. A dona nos explicou que não, ela não estava fechando apenas naquele domingo, que o fechamento era definitivo. Não sei dizer os motivos. Talvez seja uma queda nas vendas, que fez com que nós deixássemos de acompanhar as notícias do mundo em suas prateleiras. Talvez seja a violência, que afeta os comerciantes da região, perdi a conta das vezes em que a dona relatou ter sido assaltada.
O fato é que a banca fechou. Sua estrutura continua por lá, com uma placa de vende-se, mas ela está fechada. Desde então, passei a frequentar outra banca de jornal. Talvez seja a mesma coisa que a outra. Apenas prateleiras com revistas, jornais, encartes especiais. Mas não tem a mesma história, pelo menos para mim. A banca que eu frequentava fechou e eu fiquei órfão.
Sempre ia até lá nos domingos, acompanhando meu pai que ia comprar a Folha de São Paulo e alguma outra revista. Eu aproveitava para levar os gibis da Mônica, ou os álbuns de figurinhas do Campeonato Brasileiro ou Copa do Mundo. Depois, passei a levar as revistas de futebol, de música, curiosidades ou o que seja.
Acredito que quase todas as revistas que eu li na minha vida, eu conheci ali. Pode parecer estranho, mas sempre que eu acabava comprando uma revista em outra banca de jornal – quando estava viajando, ou por mero acaso – eu me sentia traindo a lealdade daquele espaço que sempre me aguardava aos domingos.
Aquela banca está ligada a minha história de vida. Eu cresci lá dentro. Acompanhei as principais notícias dos últimos anos em suas prateleiras, principalmente na época em que a internet não estava tão presente em nossas vidas (nem faz tanto tempo em que o mundo era assim). As minhas primeiras mesadas, gastei quase todas lá. A primeira vez em que assinei uma matéria no jornal, foi lá que eu vi.
Não sei porque eu comecei a ir até lá, já que minha memória me diz que eu sempre estive lá, mas talvez seja porque aquela era a banca mais próxima da minha casa. Nestes tantos anos que frequentei a banca, talvez 20 anos, lembro que ela teve três donos. A convivência fazia com que eles soubessem as revistas que eu compraria e me indicavam quando elas chegavam.
Neste tempo acompanhei a mudança do no Jardim das Américas. Antigamente era um bairro diferente, sem o shopping, o supermercado, a galeria. É até difícil lembrar o que existia por ali no começo. Só lembro de um terreno cheio de eucaliptos, onde depois foi construída a ampliação do shopping. Nestes tantos anos, a própria banca também mudou de calçadas, de formas.
Até que no último dia 20 de maio, a banca fechou. A dona nos explicou que não, ela não estava fechando apenas naquele domingo, que o fechamento era definitivo. Não sei dizer os motivos. Talvez seja uma queda nas vendas, que fez com que nós deixássemos de acompanhar as notícias do mundo em suas prateleiras. Talvez seja a violência, que afeta os comerciantes da região, perdi a conta das vezes em que a dona relatou ter sido assaltada.
O fato é que a banca fechou. Sua estrutura continua por lá, com uma placa de vende-se, mas ela está fechada. Desde então, passei a frequentar outra banca de jornal. Talvez seja a mesma coisa que a outra. Apenas prateleiras com revistas, jornais, encartes especiais. Mas não tem a mesma história, pelo menos para mim. A banca que eu frequentava fechou e eu fiquei órfão.
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