Filho de um torcedor do Fluminense, sempre carreguei uma simpatia pelo time. E antes de me definir como são-paulino, torcia por São Paulo e Fluminense do mesmo jeito. E o primeiro jogo de futebol do qual tenho lembranças plenas de estar assistindo é a final do campeonato carioca de 1991, vencida pelo Flamengo por 4x2. Se eu não me engano, Ézio marcou os dois gols.
Ézio era o símbolo de uma época de fracassos seguidos. O Fluminense não conquistava títulos, conquistava vitórias medíocres contra o Olaria, empates com o São Cristóvão e Itaperuna. Tenho a impressão de que Ézio marcava todos os gols do Fluminense nesses jogos. Ok, não todos, mas uma boa parte.
Na minha cabeça, Super Ézio - apelido consagrado pelo cruel Januário Oliveira - era infalível, um goleador implacável. Marcava gols de todas as maneiras. Ézio seria melhor do que qualquer atacante. Ele se destacava num time medíocre. Por ironia do destino, seu único troféu com o Fluminense foi o campeonato carioca de 1995, quando já era reserva. Logo depois saiu do time. Para meu desprezo, foi para o Atlético-MG. Lembro de comprar o álbum de figurinhas daquele campeonato e me sentir amargurado em ver sua foto com outra camisa.
E lá de Vila Rica, eu fiquei sinceramente triste, com uma parte da minha infância abalada. O Super Ézio morreu com 45 anos, vítima de um câncer no pâncreas.
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