Pular para o conteúdo principal

A diversão de Jon Fratelli

Prestes a lançar seu primeiro disco solo, Jon Fratelli constatou: o disco solo era a melhor coisa que ele já fez. Se continuasse numa banda, continuaria infeliz. Ele pode estar tão feliz quanto ele imagine. Mas isso não significa que ele esteja fazendo boa música.

Ao sair dos Fratellis, banda altamente influenciada pelo britrock, ele abandonou o seu sobrenome artístico para assumir o sobrenome de batismo, Lawler, e formou o Codeine Velvet Club, uma banda pop com influência de música de cabaré. Lançou um disco, se cansou e partiu para a carreira solo. E então, retomou o Fratelli. Deve ser a sua tentativa em fazer com que as pessoas se lembrem quem ele é.

O disco é uma continuação do que ele fazia nos Fratellis, com alguma liberdade para experimentar mais. Ele enche o disco de coros, instrumentos diferentes, e torra a paciência. Ele vai bem, justamente quando lembra sua antiga banda. Caso do primeiro single, Santo Domingo.



Mas no geral, o disco parece uma coletânea de b-sides dos Fratellis. Um disco solo pouco inspirado e que pouco acrescentará à história. Para Jon Fratelli a felicidade não é sinônimo de boa música.

Comentários

Postagens mais visitadas

Oasis e a Cápsula do Tempo

Não dá para entender o Oasis pensando apenas na relevância das suas músicas, nos discos vendidos, nos ingressos esgotados ou nas incontáveis exibições do videoclipe de Wonderwall na MTV. Além das influências musicais, das acusações de plágio e das brigas públicas, o Oasis faz parte de um fenômeno cultural (um pouco datado, claro), mas é uma banda que captou o espírito de uma época e transformou isso em arte, promovendo uma rara identificação com seus fãs. Os anos 1990 foram marcados por problemas econômicos no mundo inteiro. Uma juventude já desiludida não via muitas perspectivas de vida. A Guerra Fria havia acabado, uma nova revolução tecnológica começava, o Reino Unido vivia uma crise pós governo Thatcher e nesse cenário surge um grupo cantando letras incrivelmente ousadas para meros desconhecidos.  Definitely Maybe, primeiro disco do grupo, fala sobre curtir a vida de maneira meio sem propósito e sem juízo. A diversão que só vem com cigarros e álcool, o sentimento supersônico de...

Oasis de 1 a 7

Quando surgiu em 1994, o Oasis rapidamente se transformou em um fenômeno midiático. Tanto por suas canções radiofônicas, quanto pela personalidade dos irmãos Gallagher. Eles estiveram na linha frente do Britpop, movimento que redefiniu o orgulho britânico. As letras arrogantes, o espírito descolado, tudo contribuiu para o sucesso. A discografia da banda, no entanto, não chega a ser homogênea e passa a ser analisada logo abaixo, aproveitando o retorno do grupo aos palcos brasileiros após 16 anos.  Definitely Maybe (1994) O primeiro disco do Oasis foi durante muito tempo o álbum de estreia mais vendido da história do Reino Unido. Foi precedido por três singles, sendo que dois deles são clássicos absolutos - Supersonic e Live Forever . O vocalista Liam Gallagher cantava em algum lugar entre John Lennon e Ian Brown, enquanto o som da banda bebia de quase tudo o que o Reino Unido havia produzido nos 30 anos anteriores (Beatles, T. Rex, Sex Pistols, Smiths, Stone Roses). O disco começa c...

As cinco piores disputas de título da história da Fórmula 1

A disputa entre Oscar Piastri e Lando Norris pelo título da Fórmula 1 em 2025 está longe de ser empolgante. A McLaren entregou um ótimo carro para sua dupla e eles foram vencendo corridas sem muita alegria, acumulando erros, reclamações sem sentido e falta de carisma. Era quase um consenso de que essa seria a disputa mais insossa de todos os tempos. Porém, a súbita arrancada de Max Verstappen a partir do GP da Itália trouxe um tempero extra para a disputa, o que faz com que, independente do vencedor, este campeonato já não faça parte de uma lista de piores da história. É claro que nem sempre as disputas de título na F1 foram emocionantes. Elaborei uma lista pessoal com cinco disputas que não comoveram ninguém. Mas há alguns critérios:      1) Falo em disputas. Portanto, não há o que analisar em anos como 1992, 2002, 2004, 2011, 2013 ou 2023.     2)  Também não falo de campeonatos em que um possível postulante liderou em algum momento, ou tentou uma arrancad...