No mundo das apostas esportivas é possível apostar em vencedores, perdedores, empatadores, em placares, em número de faltas, em número de escanteios, em número de laterais, em cartões, em expulsões, em defesas, em gols sofridos. É possível combinar mais de uma estatística para faturar números ainda maiores.
É possível apostar pequenas quantidade, assim como grandes quantidades. É um mundo à margem da lei, no qual é possível inclusive manipular a realidade para obter vantagens. É isso que mostra a investigação iniciada no Ministério Público de Goiás sobre aliciamento de atletas por apostadores.
Quase todo grande escândalo esportivo envolve apostas. No futebol brasileiro nós tivemos o caso da máfia das loterias nos anos 80, depois o escândalo do juiz Edilson em 2005. Só que, esses casos, envolviam placares de jogos, arranjos mais complexos. Hoje em dia, quanto tudo se aposta, a manipulação é quase inevitável.
Faz tempo que a gente escuta notícias de manipulação de resultados em jogo de tênis. Não necessariamente alguém perde para ganhar dinheiro, mas o jogador pode cometer dez duplas faltas para ganhar dinheiro.
Kieran Trippier que disputou duas Copas do Mundo já foi suspenso por passar informações privilegiadas para apostadores. Daniel Sturridge foi suspenso por informar previamente seu irmão que seria vendido para o Sevilla, levando o irmão a apostar nisso e ganhar dinheiro. O atacante Ivan Toney, sensação do Brentford, apostava em resultados.
Os sites de apostas patrocinam o campeonato brasileiro e 19 dos 20 times da primeira divisão. Suas propagandas estão em todos os intervalos de competições esportivas. Não é preciso pensar muito para chegar a conclusão de que isso é no mínimo moralmente condenável.
O jogador pode receber dinheiro para errar um passe, chutar uma bola para fora. Aquele pontapé desnecessário na linha de fundo que rende um cartão amarelo. Aquele pênalti idiota. Aquele passe errado. Tudo pode ser apostado. Tudo o que nós assistimos pode ser uma farsa.
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