Imagine, um disco do The Doors sem o Jim Morrison. Que sacrilégio, que blasfêmia. Eis algo difícil de raciocinar, afinal, o Jim Morrison era o Doors. Tudo bem que boa parte da graça das músicas estava no teclado hipnótico do Manzarek, mas a banda era o Morrison. Um cara bonito, com presença de palco, carismático, chamativo, que cantava bem, era polêmico, autodestrutivo e tinha uma veia poética. Sem ele The Doors não seria nada. É como um museu sem sua obra principal, ou uma dessas comparações feitas pela Adriana Calcanhoto. Mas essa blasfêmia é real, como não. Três meses após a morte de Jim Morrison, os três membros restantes colocaram na praça Other Voices , disco que é bem verdade, começou a ser gravado ainda antes de um Morrison bêbado, gordo, barbudo e deprimido ter uma overdose de heroína na banheira do apartamento onde vivia no Marais, em Paris. Other Voices parece um disco de demos, com algumas bases boas mas que parecem não ter sido desenvolvidas o suficiente. A própria banda ...
Op. Cit, Ô psit, Ópio City