Pular para o conteúdo principal

Balanço da Copa

Seleção da Copa:

Emiliano Martínez: Ninguém foi tão bem na primeira fase quanto Szczesny, depois a Copa parecia ser do Bono, ou do Livakovic, poderia até ser do Lloris. Mas curioso como um goleiro que não fez tantas defesas se sobressaiu. Porque não foram muitas defesas, apenas as essenciais. Ao impedir um drama desnecessário contra a Austrália e a virada francesa, e ao engolir adversários na cobrança por pênaltis, Dibu Martínez foi o melhor goleiro do mundial.

Denzel Dumfries: Nenhum lateral direito me convenceu plenamente, incluindo Hakimi - jogou muito mais nos clubes, sua lembrança me pareceu uma homenagem a um dos nomes mais famosos da surpresa da Copa. Fico com o holandês, dono da melhor atuação de um lateral direito na copa, nas oitavas contra os EUA.

Dayot Upamecano: Líder da zaga francesa, iniciou muitas jogadas da equipe e foi fundamental para garantir a passagem da França até a final.

Josko Gvardiol: Esqueça que o Messi fez com que ele parecesse um participante de reality show. O mérito ali foi maior do argentino. Gvardiol teve atuações impecáveis contra Bélgica e Brasil, posicionamento excelente e só sofreu quando o time ficou exposto na semifinal. Zagueiro revelação.

Theo Hernández: Fundamental na estreia, bola de segurança em vários jogos, sentiu o jogo na final, mas não há ninguém que tenha apresentando a quantidade de jogo que Hernández apresentou.

Sofyan Amrabat: O pulmão, coração, sistema motor e nervoso do Marrocos. Onipresente, marcador incondicional, infernizou os oponentes e ainda saia com qualidade. O volante da copa.

Enzo Fernández: O homem que trouxe equilíbrio para a Argentina, se tornando um jogador fundamental para o título.

Antoine Griezmann: Convertido em todocampista, trequartista, box-to-box ou como queira, Griezmann se transformou no gerador de jogo francês, fundamental para o ataque vice-campeão.

Kylian Mbappé: Aos 23 anos marcou oito gols, sendo três em uma final de Copa. Foi fundamental para derrotar Austrália e Dinamarca na primeira fase. Descomplicou e resolveu o jogo contra a Polônia. Anulado contra Inglaterra e Marrocos, despertou nos 15 minutos da final para garantir um épico. Joga mais pela França do que pelo clube e se passar a acertar 70% das suas decisões em campo, será imparável.

Lionel Messi: Depois da hecatombe contra a Arábia Saudita, o destino de Messi parecia traçado. A tragédia estava amarrada. Mas ele começou a desamarrar quando tirou o 0 do placar, já na reta final da partida contra o México. Perdeu pênalti contra a Polônia, mas jogou bem. E então o épico começou. Descomplicou o jogo contra a Austrália e quando os cangurus diminuíram, coube a ele esconder a bola e diminuir a pressão. Achou um passe miserável para Molina abrir o placar contra a Holanda. Contra a Croácia fez a jogada da Copa. Contra a França, dois gols em uma final. Foi certeiro no mata-mata, brigou, liderou, conduziu. Uma copa inesquecível do gênio da bola.

Julián Álvarez: Ainda com espinhas no rosto, saiu do banco para ser fundamental na campanha argentina. Na dúvida entre um atacante ou um meio-campista, pensei que tanto Mbappé quanto Messi jogam melhor ao lado de um 9.

Argentina 4, Holanda 1, França 4, Croácia 1, Marrocos 1.

Completando os 26 do elenco: Bono (Marrocos), Hakimi (Marrocos), Cuti Romero (Argentina), Marquinhos (Brasil), Alba (Espanha), Casemiro (Brasil), Rabiot (França), Mac Allister (Argentina), Modric (Croácia), Gakpo (Holanda), Ziyech (Marrocos), Giroud (França), Livakovic (Croácia), Souttar (Austrália), Brozovic (Croácia) e Harry Kane (Inglaterra).


5 melhores jogos

5 Espanha 1x1 Alemanha: Depois da impressionante estreia, a Espanha impôs seu estilo, mas os alemães tiveram as melhores chances. Grande jogo entre duas decepções da copa.

4 Coreia do Sul 2x3 Gana: uma das partidas mais divertidas da primeira fase, com a imposição ganesa e a reação coreana.

3 Sérvia 2x3 Suíça: embebidos em ódio, sérvios e suíços fizeram um jogo pegado, aberto e catimbado. Futebol das antigas.

2 Inglaterra 1 x 2 França: duelo em nível de Champions League, como gostam de dizer. A Inglaterra foi superior, mas não conseguiu segurar os 5 minutos de loucura dos franceses.

1 Argentina 3x3 França: O que ocorreu nessa final é algo que ainda vamos duvidar durante muitos anos.


Momento da Copa: Messi bailando com Gvardiol, encontrando o espaço que não parecia possível e servindo Álvarez.

Gol da Copa: Richarlison e seu domínio, seu giro e seu tiro.

Maior atuação individual: Messi contra a Croácia. Ou Mbappé contra a Polônia? Fico com a semifinal.

Maior atuação coletiva: Argentina contra a Polônia e Portugal contra a Suíça.

Comentários

Postagens mais visitadas

Assim que vamos

A maior parte de nós se vai dessa vida sem saber o quão importante foi para a vida de alguém. Uma reflexão dolorida que surge nesses momentos, em que pensamos que gestos simples de respeito tendem a se perder, enquanto o rancor - este sim é quase eterno.

Top 8 - Discos favoritos que ninguém liga

Uma lista de 8 discos que estão entre os meus favoritos de todos os tempos, mas que geralmente são completamente ignorados pela crítica especializada - e pelo público também, mas isso já seria esperado.  1) Snow Patrol - Final Straw (2003) Sendo justo, o terceiro disco do Snow Patrol recebeu críticas positivas quando foi lançado, ou, à medida em que foi sendo notado ao longo de 2003 e 2004. Mas, hoje ninguém se atreveria a citar esta pequena obra prima em uma lista de melhores discos dos anos 2000 e a culpa disso é mais do que o Snow Patrol se tornou depois, do que da qualidade do Final Straw . Antes deste lançamento o Snow Patrol era uma desconhecida banda escocesa de raízes norte-irlandesas, tentando domar suas influências de Dinosaur Jr. na tradicional capacidade melódica no norte da Grã Bretanha. Em Final Straw eles conseguiram juntar algum barulho suave do shoegaze com guitarras influenciadas pelo lo-fi e uma sonoridade épica, típica do pós-britpop radioheadiano. O resultado ...

Lembranças de shows

(Não que eu tenha ido em muitos shows na minha vida. Até por isso é mais fácil tentar lembrar de todos para este post/arquivo) Os Headliners (ou, aqueles que eu paguei para ver) Oasis em São Paulo, estacionamento do Credicard Hall (2006) O Oasis estava retornando ao Brasil após cinco anos, mas era como se fosse a primeira vez para muita gente. As apresentações de 1998 encerraram um ciclo produtivo ininterrupto de seis anos e a banda estava em frangalhos. Depois vieram dois discos ruins, que transformaram a banda em um dinossauro. No meio disso, uma apresentação no Rock in Rio no dia do Guns N Roses. Ou seja, a banda não apareceu por aqui nas desastrosas turnês de 2000 e 2002 (Na primeira, Noel chegou a abandonar a banda após Liam duvidar da paternidade de sua primeira filha. A turnê do Heathen Chemistry foi um desastre, com Liam cantando mal - vários shows tiveram longas sessões solo de Noel - os pulsos de Andy White não dando conta da bateria e diversas datas canceladas, seja por far...