É curioso pensar que um dia essa terra vai acabar. Essa terra que foi de Marechal Rondon, Pascoal Moreira Cabral e Dom Aquino. Desbravada por não sei quantos desbravadores em centenas de ondas migratórias e incontáveis histórias de superação, tudo isso vai acabar.
O calor do planeta, o derretimento das calotes polares, tudo vai tornar impossível a vida nessa latitude e longitude. Dois graus a mais podem transformar a Rússia em um enorme pasto agricultável, o paraíso da soja e das commodities, mas essa terra será insalubre. O mar não vai avançar sobre este centro geodésico, mas tal qual o centro do universo, seremos uma bola de fogo inapagável, seremos uma terra de aridez atávica.
E então Rondon, os bandeirantes, o povo que veio matar índios, os próprios índios, os garimpos, o gado, a soja, tudo será uma enorme massa extinta, uma lenda perpetuada por poucos sobreviventes foragidos e quem aqui passar vai duvidar que esse lugar um dia teve vida.
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