A campanha eleitoral deste ano é completamente diferente das anteriores. Na questão programática, o tempo de campanha é muito menor e ninguém tem muita certeza de como funcionará a cabeça do eleitor, quanto tempo é necessário para fincar ideias ou difamações. Fora isso, temos o líder das pesquisas preso e provavelmente inelegível. No cenário sem Lula, nenhum candidato se destaca de maneira absoluta (os 22% de Bolsonaro seriam insuficientes para levá-lo ao segundo turno das últimas três eleições). Qualquer um alimenta chances de ganhar. As eleições se equivalem ao campeonato brasileiro.
No meio de tanta indefinição desta campanha que ainda está começando nas ruas, os candidatos parecem mais dispostos a manter votos do que em conquistar novos adeptos. Sinal de que é melhor consolidar o que já têm.
Bolsonaro vai nas cidades onde tem mais intenção de votos falar sobre armas e ser carregado pelos seus adoradores. Haddad peregrina pelo nordeste como forma de firmar sua imagem na região em que ele tem maior potencial de votos. Até Álvaro Dias faz campanha em Curitiba, no único Estado em que ele tem 2 dígitos na intenção visita a superintendência da PF para repetir seus mantras "institucionalizar a Lava Jato", "refundar a República". É como se ele passasse a mensagem "a República de Curitiba é minha", assim como Haddad quer fixar o Nordeste em seu mapa do War Eleitoral.
Até Geraldo Alckmin faz movimento parecido, mas nesse caso de reconquista. Ele parece acenar para quem já foi seu eleitor e que hoje está flertando com o extremismo, ou com o Amoedo, ou mesmo com o Álvaro Dias. É o ex-namorado que manda um "oi sumida" no WhatsApp.
No meio disso tudo, dois candidatos só parecem estar sem um nicho. Ciro Gomes, poderia fazer campanha apenas em Fortaleza, mas tem tentado transitar entre dois polos, fazendo um forte discurso sobre economia e tentando bater nos dois lado para tentar ser o último em pé.
Já Marina Silva começou a fazer um aceno mais forte em relação às mulheres, que representam a maior quantidade de eleitores indecisos, e que tem uma rejeição maior em relação ao Bolsonaro. Mas, mesmo nessa tentativa, ela também encontra tempo para visitar cooperativas sustentáveis.
Bem como faz o Cabo Daciolo, que vai ao encontro dos seus eleitores no alto de um morro.
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