Pular para o conteúdo principal

O fim de uma era no tênis?

A temporada de 2016 do tênis acabou com Andy Murray alcançado o improvável posto de número 1 do mundo, marca ainda mais impressionante se pensarmos que em maio ele estava 8.000 pontos atrás de Novak Djokovic no ranking. Um segundo semestre perfeito, associado ao baixo rendimento do sérvio, principalmente nos torneios menores, levou o escocês ao posto que ele sempre sonhou, mas que sempre foi impedido pelo azar de viver na era mais espetacular do tênis.

Mas a pergunta que fica é: será que esta grande era está chegando no fim?

Roger Federer, o maior de todos, sofreu com uma rara lesão e terminou o ano em maio, sem conquistar nenhum título, encerrando um ciclo de 16 anos seguidos com conquistas. Mais do que nunca, restam dúvidas se aos 36 anos ele ainda conseguirá voltar a jogar em alto nível.

Rafael Nadal chegou a parecer forte na temporada de saibro européia, mas terminou o ano também em baixa, com mais uma série de lesões e não conseguiu avançar da quarta rodada em nenhum Grand Slam do ano. Desde quando isso não acontecia? Desde 2004.

Novak Djokovic, que começou o ano soberano e conseguiu um domínio sem precedentes ao conquistar o título de Roland Garros e completar o Grand Slam em sequência pela primeira vez na era profissional do tênis, pois o sérvio que parecia imbatível, colecionou tropeços improváveis após o título inédito no saibro e parece sem confiança e sem vontade. Também pareceu sentir lesões pela primeira vez na carreira e não dá pra dizer se elas vão perdurar.

Sobrou Andy Murray, renascido e ao que tudo indica motivado, quando viu a janela se abrir. Se ele fizer tudo certo, garante sua liderança no ranking mundial pelo menos até Wimbledon do ano que vem.

O fato é: há quanto tempo não víamos um top 8 do mundo com apenas dois membros do Big Four entre eles?

Wimbledon foi o primeiro torneio em muitos anos sem ter nenhum confronto entre os membros do Big Four e não há como negar que o torneio perdeu muito da sua graça, sem a expectativa para estes confrontos sempre épicos. Milos Raonic, o postulante ao título naquela decisão, não tem consistência, qualidade ou brilho para chamar a atenção para suas atuações - por mais que tenha sido o melhor jogador não ganhador de Slam do ano.

Ao que tudo indica o Big Four está finalmente chegando ao fim, ano que vem todos terão pelo menos 30 anos. Quem irá substituí-los? A geração de Raonic, Nishikori, Dimitrov e etc já está aí há alguns anos e não dá mostra de ter essa capacidade.

A expectativa fica por conta dos #NextGem que a ATP tanto usa - não é a toa, é a aposta deles para manter o nível de atenção global no esporte. Zverev, Fritz, Coric. Será que eles chegam lá?

Comentários

Postagens mais visitadas

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Ziraldo e viagem sentimental por Ilha Grande

Em janeiro de 1995 pela primeira vez eu saí de férias em família. Já havia viajado outras vezes, mas acho que nunca com esse conceito de férias, de viajar de férias. Há uma diferença entre entrar em um avião para ir passar uns dias na casa dos seus tios e pegar o carro e ir para uma praia. Dormir em um hotel. Foi a primeira vez que eu, conscientemente, dormi em um hotel. Contribui para isso o fato de que, com sete anos, eu havia acabado de terminar a primeira série, o ano em que de fato eu virei um estudante. Então, é provável que pela primeira vez eu entendesse o conceito de férias. Entramos em uma Parati cinza e saímos de Cuiabá eu, meus pais, minha prima e minha avó. Ao mesmo tempo em que essas eram as minhas primeiras férias, elas eram também a última viagem da minha avó. A essa altura ela já estava com um câncer no pâncreas e sem muitas perspectivas de longo prazo. Disso eu não sabia na época. Mas ela morreu cerca de um ano depois, no começo de 1996, após muitas passagens pelo hos

Pattie Boyd

Pattie Boyd O romance envolvendo George Harrison, Pattie Boyd e Eric Clapton é um dos mais conhecidos triângulos amorosos da história. Sempre achei o caso interessante. A princípio, a visão que nós temos é bem simplista. Pattie trocou o sensível George Harrison, aquele que lhe cantou a sentimental Something na cozinha, pelo intempestivo Eric, aquele que a mostrou a passional Layla na sala. E se há uma mulher irresistível neste mundo, esta mulher é Pattie Boyd. Só que o trio Boyd-Harrison-Clapton é apenas a parte mais famosa de uma série de relações amorosas e traições, que envolveram metade do rock britânico da época. E o que eu acho incrível, é que todos continuaram convivendo ao longo dos anos. George Harrison Pattie Boyd era uma modelo que fazia figuração em um vagão de trem durante a gravação de uma cena de A Hard Day’s Night, o primeiro filme dos Beatles. George era justamente um Beatle. Eric Clapton era o deus da guitarra e converteu vários fãs em suas inúmeras bandas