Um dia em meado de outubro e eu estou no aeroporto de Guarulhos. Estava no meio de umas férias, talvez no final, em uma dessas tantas conexões que sempre tem Guarulhos como eixo central. Na espera para meu voo, vejo passar a delegação da Chapecoense. Não lembro o dia, mas sei que era uma segunda-feira. A equipe podia estar voltando para Chapecó após uma partida no domingo, ou partindo de Chapecó para algum lugar no mundo. Pouco mais de um mês depois, estão todos mortos. *** Especialistas, sempre eles, falam que tragédias, mortes em acidentes durante viagens estão entre as mais traumáticas que familiares e amigos podem enfrentar. Isso porque, há a lembrança da partida tranquila e não há a volta. Há essa angustia do ente que foi e que não voltou, do avião que nunca chegou, do carro que se perdeu em algum lugar do longo caminho. O saguão do aeroporto sem as pessoas que deviam estar lá, as esteiras das bagagens em uma eterna espera pelas malas que jamais vão chegar. *** Chapecoense, de...
Op. Cit, Ô psit, Ópio City