Olho numa pilha aleatória de revistas, a capa da Revista Veja de um mês, talvez dois meses atrás. Aquela que trazia uma montagem de Eike Baptista em trajes chineses, com os dizeres “Enriquecer é glorioso”. Olho e vejo, como essa capa continua sendo ruim.
Tudo é ruim. A começar pela figura de Eike Baptista, e essa tentativa de alçar o especulador ao posto de ídolo nacional. A arte da montagem é péssima. Tanto que várias outras montagens que surgiram de brincadeira depois, ficaram em um nível parecido.
O gancho utilizado também é péssimo. Eu penso de onde é que os editores da revista foram buscar Xiaoping e sua frase dita a não sei quantos anos atrás. E como eles se convenceram que essa ideia era boa? Ainda mais com esse péssimo lema “Enriquecer é glorioso”. “Enriquecer é glorioso”, que frase ridícula.
A explicação para a matéria é igualmente péssima. “Eike Baptista exemplifica a nova geração de milionários que não tem vergonha de enriquecer e trabalham duro”. Em outras palavras, a Veja quis dizer “pobres fracassados! Trabalhem para ficar ricos! Vagabundos! Chupem nossa pica burguesa!”.
Eike Xiaoping é provavelmente a pior capa de revista da de todos os tempos, em qualquer lugar do planeta. Vendo-a ali no meio de tantas capas aleatórias, sua ruindade se destaca ainda mais.
Imagino daqui a 200 anos, se a humanidade ainda existir daqui a 200 anos, como essa capa será analisada. Como os historiadores irão ver a situação. Temo que a capa de Eike Xiaoping seja tratada como um símbolo do fracasso de nossa geração. Temo que nossos descendentes olharão para nós e dirão “que ridículo! Olha só o lixo que era a maior revista deles!”.
O sorrisinho de Eike Xiaoping nos humilha a cada momento.
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