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Faixa de pedestres

Em plena Avenida dos Trabalhadores um jovem trabalhador negro se aproxima da faixa de pedestres segurando a sua bicicleta. Ainda não eram 7h30 da manhã e o trânsito começava a ficar pesado na semana em que muitas férias se encerravam.

Um carro para, ele avança pela faixa da esquerda. Na faixa central uma caminhonete diminuí a velocidade e o trabalhador segue sua travessia. Era impossível não notar sua caminhada para o outro lado da rua.

No entanto, a caminhonete apenas diminuía a velocidade para passar por cima da faixa, sobe a faixa no momento em que o ciclista pedestre entra no mesmo espaço, aquele espaço que dois corpos não podem ocupar ao mesmo tempo.

O motorista da picape atinge a roda dianteira do ciclista que com o impacto se desequilibra e quase caí no chão. Revoltado ele gesticula contra o motorista, que pede desculpas constrangidas.

Sem maiores danos físicos, exceto o susto da quase tragédia, o ciclista segue para a calçada e o motorista segue seu caminho.

Eis um momento que pode ser definitivo da vida de uma pessoa, digo na vida do motorista, que por desatenção quase provocou uma tragédia. É aquele momento que leva o cidadão a repensar seus atos e redobrar os cuidados. O que é que na sua vida está te levando à beira do caos? (FRANCO, Ney - 2009).

No entanto, ele é um motorista de uma caminhonete. Prateada Toyota Hilux, veículo espaçoso. Não foi um quase acidente provocado por descuido. Foi uma consequência do fato de que o cidadão é um motorista de picape, que ele é um filho da puta como a maioria dos motoristas de picape. Ser filha da puta não é um acidente, é seu estilo de vida, faz parte de quem ele é. Quase atropelou o ciclista na faixa de pedestres como grande filho da puta que ele é. Como grande filho da puta que ele é, no cruzamento seguinte fez fila dupla para dobrar a esquerda. Seguiu sua vida de filho da puta por aí e os outros é que tomem cuidado.

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