Sempre fui uma pessoa melancólica, mas acho que nunca me senti como agora, como se estivesse assistindo ao crepúsculo da civilização. Como se estivéssemos em 1987 e Michael Stipe não parasse de cantar “It's the end of the world as we know it”. Mas eu não me sinto bem. Lembro que quando eu tinha oito anos todo dia o Jornal trazia uma notícia sobre o Ébola, essa doença que até hoje é sinônimo de morte, essa febre misteriosa que sangrava até a morte os seus infectados. O filme epidemia com Dustin Hoffman e cenas de pessoas suando sangue em filas de conveniências não parava na prateleira da videolocadora. Mas o Ébola é tão mortal que nunca se espalhou para fora da África. Depois vieram a Gripe Suína, Gripe Aviária, Influenza, H1N1, Sars, Mers, Antrax, mas tudo sempre ficou meio restrito, pareceu mais uma paranoia que sumiu do noticiário da mesma maneira como surgiu. *** Tão inesquecível quanto o 11 de setembro foi o 12 de setembro. O Dia Seguinte. O dia em que só se falava dos ...
Op. Cit, Ô psit, Ópio City