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Regressiva dos candidatos à Presidência da República

Seguindo uma tradição iniciada em 2014, minha ordem de preferência de candidatos.

13 Jair Bolsonaro
O candidato da barbárie fica aqui acompanhado do incômodo número 13. Não há uma única razão lógica para votar em Bolsonaro, além de uma raiva desnorteada contra tudo o que está aí. Deputado Federal incompetente, ganhou repercussão em programas humorísticos e montou sua primeira base de fãs entre setores preconceituosos da sociedade. Foi amaciando o discurso preconceituoso e focou no combate à corrupção e violência para ganhar novos adeptos. Sabia que não perderia os convertidos e por isso poderia mudar de opinião para agregar novos setores. O pior candidato que o Brasil já teve deverá ser eleito e só restará aos outros o direito de no futuro poder falar "eu avisei que ia dar merda".

12 Cabo Daciolo
O candidato folclórico dessa eleição mantém a audiência dos debates e uma coerência que só os loucos têm. No entanto, tudo tem limite e o Cabo Daciolo deveria ficar restrito ao cargo de youtuber publicando vídeos intitulados "Minuto da Revolta", que alcançariam milhares de visualizações.

11 Professora Vera
Não, não dá para levar a sério uma candidatura que prega a revolução do proletariado e que diz que tem como meta estatizar as 100 maiores empresas do Brasil. Vamos estatizar a Ambev, o banco Itaú, montadoras de carro? Lógico que não.

10 Eymael
O candidato-jingle atravessa essa campanha entregue ao mais absoluto vácuo existencial e não tem nada a dizer além de seu enigmático novo bordão Sinais! Fortes Sinais! (Sério, que porra isso significa?).

9 João Goulart Filho 
O Janguinho parece que entrou nessa campanha apenas para cumprir algum acordo do espólio do seu pai. Nada a dizer, além de um conceito vago de Pátria Livre e a promessa de dobrar o salário mínimo em quatro anos.

8 Álvaro Dias
Começa aqui uma barreira com os candidatos ditos "sérios" dessa eleição. Entre eles, Álvaro Dias se mostrou o pior e uma decepção. Espécie de adorador e devoto da Operação Lava Jato, só sabe falar sobre combate à corrupção, refundar a república e um discurso moralista feito para os convertidos da República de Curitiba. Não é de se estranhar que ele tenha começado a corrida como o "primeiro dos outros" e que vá terminar brigando com Boulos e Daciolo pelo troféu oitavo lugar, sustentado apenas pelos votos paranaenses.

7 João Amôedo
Em primeiro lugar, preciso dizer que não sou adepto do discurso de Amôedo que coloca o Deus Mercado acima de tudo. Um discurso bonito e que pode funcionar em alguns lugares, mas que na selvageria do Brasil sempre acaba por ser prejudicial (vide o caso bagagens do avião). Por outro lado, Amoêdo é honesto no que defende e é uma visão que precisa ser respeitada. Para os adeptos do liberalismo, não haveria outro candidato possível que não ele. O candidato do Novo também tem um discurso interessante de renovação, mesmo com as demagogias e jogadas para o público de sempre. O que me fez o colocar nesta posição é a frase "liberal na economia, conservador nos costumes". Aí não. Se for pra ser liberal, libera tudo.

6 Henrique Meirelles
O candidato do PMDB fez a melhor campanha eleitoral, por incrível que pareça. Conseguiu mostrar quem era, o que pretendia fazer e construiu uma imagem simpática. Se ele não fosse do PMDB e não tivesse sido ministro do Temer eu poderia pensar em votar nele, assim como milhões de brasileiros. Mas, de qualquer forma, termina a campanha como uma figura mais simpática, por mais que tenha faltado algum amigo que o tivesse aconselhado a economizar 45 milhões de reais nessa campanha.

5 Fernando Haddad
Gosto de Haddad e acompanhei com interesse algumas ações pela prefeitura. Seria um interessante nome da esquerda, mas ele é melhor que o partido. Sua candidatura passou do tom no apelo de Lula e, se em um primeiro momento serviu para consolidar votos no eleitorado lulista, não soube onde virar a página e hoje só ganha rejeição com esse discurso. Além disso, não dá para ficar impune a estratégia petista, que no fim das contas serve para acirrar ainda mais os ânimos desse país dividido. No fim das contas, o PT parece mais interessado em se manter como a liderança de uma esquerda imaginária e para isso pouco importa o que aconteceria com o país.

4 Geraldo Alckmin
Concordo com Geraldo Alckmin em uns 30% do que ele diz. Ponto. Mesmo assim, acho que ele seria o melhor presidente para o Brasil sobreviver aos próximos quatro anos, com sua calma refletindo no resto da população, mantendo o mercado tranquilo e fazendo todo mundo dormir. Sua campanha no entanto foi um desastre. Seu latifúndio de propaganda eleitoral foi mal utilizado, eram 4 minutos que pareciam um apanhado de peças desconexas, sem um fio condutor para criar uma narrativa. Fora isso, os fatos foram rapidamente desmontando suas estratégias eleitorais e assim Alckmin sai da campanha em um ponto de desmoralização política.

3 Guilherme Boulos
Fui um crítico da chapa Boulos e Guajajara. Na minha opinião, e com todo o respeito as lutas, a candidatura do PSOL se tornou folclórica com um Sem Teto e uma indígena e toda a rejeição que carregam. Sim, é preciso lutar contra o preconceito, mas sim, é preciso ter algum pragmatismo no jogo político. Boulos, por outro lado, manteve um discurso firme, por vezes parecido com um jovem Lula, e teve bons momentos nos debates - fora, é claro, algumas jogadas para a galera, com aquelas promessas que só quem sabe que não vai ganhar pode fazer.

2 Marina Silva
Marina, Marina, o que aconteceu. A candidatura da Rede foi do sonho improvável ao desmantelamento impiedoso. Marina saiu da briga no andar de cima e termina brigando por posições com Amôedo e Meirelles. Sua imagem de falta de firmeza grudou no imaginário popular e, para piorar, perdeu o eleitorado anti-PT e o eleitorado de esquerda. Triste, para uma candidata sempre sensata e que tem o melhor vice-presidente do país.

1 Ciro Gomes
Ciro é o candidato dos sonhos? Não. Tem uma dose de violência ou ~indignação~ que não é do meu feitio. Mas, Ciro tem sim boas propostas, Ciro entende do que fala e é quem tem mais chance no momento de quebrar a marcha da insensatez que passa pelo o Brasil nos últimos anos. Sim, me parece que ele não tem chances, mas não custa tentar.

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