Uma manhã estranha, tudo parece estranho. Entro no meu carro, um pequeno carro preto e o som começa a tocar Big Black Car do Big Star. Mais uma música tão triste dessa banda tão melancólica. Os arranjos distantes, a voz distante. "Driving in my big black car, nothing can go wrong, I'm going and I don't know how far. So, so long". Estou no meu pequeno carro e tudo parece que não vai dar errado. Olho para o céu, enquanto passo por um quebra-molas e vejo um pássaro qualquer batendo asas e ele parece voar no ritmo do piano desconexo no fundo da música. "Nothing can hurt me. Nothing, can touch me". Nada, nada. Ali dentro nada pode acontecer. Penso em não sair mais do meu carro. Why Should I Care? Drivin' is a gas it ain't gonna last. Não vai durar. A manhã seguirá estranha. Tudo continuará estranho.
Op. Cit, Ô psit, Ópio City