Pular para o conteúdo principal

Cielito Lindo

Não tenho dúvidas de que o último domingo foi o maior dia da história mexicana e que Hirving Lozano deve ganhar estátuas em praça pública, virar nome de avenidas e aeroportos. O México conseguiu uma vitória redentora contra um gigante mundial, uma vitória libertadora, dessas que não acontecem todo dia para os países que, como a moda diz, não estão na principal prateleira do futebol mundial.

Juan Carlos Osorio armou seu time para marcar com força e aproveitar o latifúndio deixado nas costas do lateral Kimmich. Lozano se esbaldou por ali e o México não teve um primeiro tempo mais proveitoso por conta das decisões erradas tomadas pro Chicharito Hernández.

Para piorar a vida alemã a dupla de zaga pareceu mais pesada do que o costume e alguns jogadores mostraram que não há milagre: temporadas ruins não costumam a ser resolvidas por milagre na Copa. Thomas Muller, Mesut Ozil e Sami Khedira fizeram partidas bem apagadas. Joachim Low deveria olhar com carinho para Gundogan no banco.

De positivo para a Alemanha, apenas o jogo sempre seguro de Toni Kroos, que teve a melhor chance alemã em cobrança precisa de falta, negada por Ochoa - este goleiro que mostra que há milagre sim: é possível ficar quatro anos sem jogar nada e brilhar apenas na Copa do Mundo. Resta agora ao México não fazer nenhuma besteira para tentar garantir a primeira posição do grupo e tentar a sonhada vaga nas quartas-de-final, pela primeira vez vencendo um mata-mata em uma Copa do Mundo jogada fora de casa.

***

Estreias são difíceis e o futebol apresentado pelo Brasil não foi muito diferente do jogado em estreias recentes. Apenas o resultado o foi: desde 1978 o Brasil não deixava uma primeira partida do mundial sem contabilizar a vitória. Resultado sim decepcionante, porque dessa vez se esperava mais da seleção brasileira, que parecia em um incorrigível, inconfundível e improvável caminho correto.

Resultado ruim pelas atuações decepcionantes de algumas peças-chave, como Marcelo, Paulinho, Neymar e Gabriel Jesus; também pelas mudanças pouco corajosas de Tite - tirar Casemiro apenas pelo cartão foi jogar uma mudança fora, a entrada de Renato Augusto nada acrescentou. Triste olhar para o banco e novamente ter a sensação de que o Brasil tem poucas alternativas e que talvez a mais sensata delas, Douglas Costa, permaneceu no banco.

Do lado da Suíça, aquela atuação padrão de sempre, com alguma consistência defensiva e tentando dar escape as suas jogadas com Shaqiri, que corre e briga mas pouco produz. Achei que foi falta em Miranda - mas uma falta rigorosa que escapa do olhar humano - e que Gabriel Jesus forçou passagem no lance em que pediu pênalti.

***

Depois da brilhante participação na Copa de 2014, a Costa Rica decepcionou. Tentou armar uma retranca, bem inconsistente, e levou pouquíssimo perigo ao ataque. Não havia por onde fosse possível que os centro-americanos marcassem um gol. Atuação muito apagada de Bryan Ruiz e a defesa se mostrou fraca e sujeita a infiltrações.

Pelo lado da Sérvia, boa atuação do meio-de-campo, um curioso Mitrovic: se movimenta muito, cria oportunidades, prende bem a bola, mas finalizou mal duas jogadas que teve na cara do goleiro. Sua partida pode ser considerada ótima ou péssima, dependendo do critério adotado. A Sérvia se posiciona bem por uma vaga na próxima fase, enquanto que a Costa Rica terá que promover uma revolução se quiser alguma coisa.

***

Os primeiros minutos da Coreia do Sul pareceram promissores, tocando bem a bola e tentando achar espaços na lenta defesa sueca. Aos poucos, foi dando pena do Son, que terá que se conformar em servir o exército sul-coreano nos próximos dois anos. Não que a Suécia tenha feito grande coisa: ameaçou apenas na bola área e marcou um gol em pênalti revisado pelo VAR. A melhor notícia para a Alemanha na primeira fase é que os adversários que restam não fizeram nada demais.

Comentários

Postagens mais visitadas

Fuso Horário

Ela me perguntou sobre o fuso horário, se era diferente do local onde estávamos. Sim, informei que Mato Grosso está uma hora atrasado em relação ao Ceará. Perguntou se sentíamos alguma diferença, tive que falar que não. A pergunta sobre o fuso horário foi o suficiente para uma pequeno comentário sobre como lá no Ceará o sol se põe cedo e nasce cedo. Isso é exatamente ao contrário do Paraná, de onde ela veio, onde o sol se põe muito tarde. Ela demorou para se acostumar com isso. Não é nem seis da tarde e o sol se pôs. Não é nem seis da manhã e o sol já está gritando no topo do céu. Pensei por um instante que esse era um assunto de interesse dela. Que ela estava ali guiando turistas até um restaurante não facilmente acessível em Canoa Quebrada, mas o que ela gosta mesmo é do céu. Do movimento dos corpos, da translação e etc. Talvez ela pudesse pesquisar sobre o assunto, se tivesse o incentivo, ou se tivesse a oportunidade. Não sei. Talvez ela seja feliz na sua função atual. Talvez tenha ...

Os 50 maiores artilheiros do São Paulo no Século

(Até o dia 4 de fevereiro de 2024) 1) Luís Fabiano 212 gols 2) Rogério Ceni 112 gols 3) Luciano 87 gols 4) Jonathan Calleri 76 gols 5) França 69 gols 6) Dagoberto 61 gols 7) Borges 54 gols 8) Hernanes 53 gols 8) Lucas Moura 53 gols 10) Kaká 51 gols 11) Alexandre Pato 49 gols 12) Washington 45 gols 13) Reinaldo (Atacante 2001-2002) 41 gols 13) Grafite 41 gols 15) Danilo 39 gols 15) Diego Tardelli 39 gols 17) Souza 35 gols 18) Pablo 32 gols 18) Reinaldo (o lateral esquerdo) 32 gols 20) Hugo 30 gols 21) Brenner 27 gols 22) Gustavo Nery 26 gols 23) Alan Kardec 25 gols 24) Paulo Henrique Ganso 24 gols 25) Aloísio Chulapa 23 gols 26) Júlio Baptista 22 gols 26) Jorge Wagner 22 gols 26) Michel Bastos 22 gols 26) Aloísio Boi Bandido 21 gols 30) Cicinho 21 gols 30) Jadson 21 gols 30) Osvaldo 21 gols 33) Fábio Simplício 20 gols 33) Cícero 20 gols 33) Christian Cueva 20 gols 33) Robert Arboleda 20 gols 37) Thiago Ribeiro 19 gols 38) Amoroso 18 gols 39) Adriano Imperador 17 gols 39) Fernandinho 17 ...

Outras reações frustradas na Fórmula 1

No último domingo, certamente Lando Norris fez uma leve refeição antes de participar do Grande Prêmio do Brasil sonhando com uma virada que aumentaria suas chances de ser campeão do mundo. Poucas horas antes ele havia feito a pole position para a corrida, enquanto seu rival Max Verstappen largaria apenas na 17ª colocação.  Poderia sonhar com um vitória e com a possibilidade de seu rival chegar ali em uma distante quinta colocação. A distância de 44 pontos poderia cair para 29 e, aí, por mais que continuasse difícil ser campeão, não daria para negar que era uma chance. No entanto o que se viu no domingo foi completamente diferente. Contando com uma atuação primorosa e um pouco de sorte, Max Verstappen conseguiu a vitória em São Paulo. Lando, por outro lado viu tudo dar errado - largada ruim, fim do VSC na hora em que entrava no boxe, enfim, e chegou em oitavo. A reação virou um provável título de Verstappen na próxima corrida em Las Vegas - ainda acho mais provável o título na Sprin...