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3 constatações do fim de ano

1) Estava vendo o show do The Who, live at Isle of Wight na TV. A grande dimensão de importância que o The Who tem, é graças aos seus shows. Eles têm músicas clássicas como My Generation, Substitute e The Seeker. Discos ótimos como o Who Sell Out. Mas é ao vivo, que a virtuose, o barulho infernal e energia que a banda proporciona (principalmente o monstruoso Keith Moon) concedem a banda o status de lenda. Conheça o The Who ao vivo e você terá mais chances de gostar.

2) Escutei, após algum tempo, o disco 4 dos Los Hermanos. Minha impressão sempre foi a de ser um disco chato, em que talvez metade se salvava. De fato, as músicas do Amarante são boas, ou tem uma boa média. Primeiro Andar, Condicional e O Vento são muito boas. Agora o Camelo fez pouca coisa. Dois Barcos tem uma parte bonitinha, Horizonte Distante tem um ritmo interessante e os teclados de Pois é são bons. Mas sua insistência em fazer rimas com Morena e soar como o lado mais chato de Caetano Veloso tornam o disco insuportável. E o pior é que o disco solo dele conseguiria ser ainda pior.

3) Sou péssimo fisionomista. Aliás, tenho facilidade em reconhecer rostos de pessoas que vi poucas vezes até. Mas eu não sei descrever o rosto de uma pessoa. Leio reportagens em que as pessoas dizem "rosto fino", "ombros largos", "olhos espaçados", ou "rosto quadrado". Eu não tenho a menor idéia do que é um rosto fino. Se eu precisasse fazer um retrato falado de alguém, estaria perdido.

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