Pular para o conteúdo principal

Os 40 melhores discos dos anos 2000 – parte 2

*Ou, os meus 40 discos favoritos dos anos 2000.
Os 10 primeiros

10º Queens of the Stone Age – Songs for the Deaf (2002): Um disco sombrio, apocalíptico. A sintonia entre Josh Homme e Nick Olivieri funcionaram ainda melhor com a participação de Dave Ghrol na guitarra e Mark Lanegan nos vocais. The Sky is Fallin’, First it giveth e No One Knows.
9º Oasis – Dig Out Your Soul (2008): O ultimo disco do Oasis se garante nas ótimas composições de Noel Gallagher (suas melhores desde 1995) e na produção impecável. O começo do disco é avassalador e o final (dominado por composições dos outros membros) faz o nível cair um pouco. De qualquer maneira, foi um encerramento digno. Bag it Up, Waiting for the Rapture e Falling Down.
8º The White Stripes – Elephant (2003): O momento em que os Stripes soaram mais bluezeiros, mais toscos. O gás diminui na metade final, mas é um disco feito para se escutar quando você tem 16 anos. Seven Nation Army, Black Math e I Just Don’t Know What to do With Myself.
7º The Delgados – Hate (2002): Um disco de grandes melódias e grandes orquestrações. É o disco em que as músicas na voz de Alun Woodward funcionaram melhor. As cantadas por Emma Pollock são geniais, como sempre. The Light Before We Land, Coming in from the cold e If this is a Plan.
6º Black Rebel Motorcycle Club – Howl (2005): Quando escutei Howl pela primeira vez tomei um susto. O coral no começo era diferente de qualquer coisa que eu já havia escutado da banda. E aos poucos um horizonte sensacional se abriu. O disco impressiona pela quebra de estilo e pela naturalidade com que eles passaram pelo folk/country/gospel/blues. Howl, Devil’s Waitin’, Promise.
5º Ben Kweller – Sha Sha (2002): As últimas seis faixas são provavelmente a melhor coisa produzida na música na década. Músicas consistentes e que convencem, tanto acústicas quanto elétricas. Walk On Me, Make It Up e Falling.
4º Snow Patrol – Final Straw (2003): O momento em que o Snow Patrol se encontrou. Deixou o barulho inicial de lado e se concentrou nesse disco que reúne 12 músicas emocionantes e emocionais. Gary Lighbody canta com os sentimentos transbordando e o álbum todo transpira emoção. How To Be Dead, Run e Same.
3º Black Rebel Motorcycle Club – BRMC (2001): É sempre difícil escolher entre o debute e Howl. No momento aponto uma vantagem para este, pela grande seqüência de músicas escuras, líricas, barulhentas e melódicas. Love Burns, Awake e Too Real.
2º Jet – Get Born (2003): Provavelmente seria melhor se este tivesse sido o único disco do Jet. A dúvida sobre o futuro da banda seria melhor do que a decepção com o resultado pífio dos discos seguintes. Tudo o que o Jet fez de melhor está aqui. Rocks com riffs pegajosos e baladas excepcionais. Are You Gonna Be My Girl, Come Around Again e Sgt. Major.
1º Wilco – Yankee Hotel Foxtrot (2002): O grande disco da década foi inicialmente recusado pela sua gravadora (tal qual o melhor disco brasileiro, dos Los Hermanos). YHF foi considerado muito difícil e a banda foi despejada. O disco foi disponibilizado na internet e caiu nas graças do público. O resultado, é que Yankee é a afirmação artística e comercial do Wilco. Antes eles eram uma banda média. Entre barulhos e chiados, as melodias brotam e os detalhes fazem a diferença. As cordas, os metais, os solos de guitarra. I Am Trying to break your heart, Jesus Etc, Ashes of American Flags, I’m the man Who loves you e Pot Kettle Black.

Comentários

Postagens mais visitadas

O Território Sagrado de Gilberto Gil

Gilberto Gil talvez não saiba ou, quem sabe saiba, mas não tenha plena certeza, mas o fato é que ele criou a melhor música jamais feita para abrir um show. Claro que estou falando de Palco, música lançada no álbum Luar, de 1981 e que, desde então, invariavelmente abre suas apresentações. A escolha não poderia ser diferente agora que Gil percorre o país com sua última turnê, chamada "Tempo Rei" e que neste último sabado, 7 de junho, pousou na Arena Mané Garrincha, em Brasília.  "Subo neste palco, minha alma cheira a talco, feito bumbum de bebê". São os versos que renovam os votos de Gil com sua arte e sua apresentação. Sua alma e fé na música renascem sempre que ele sobe no palco. "Fogo eterno pra afugentar o inferno pra outro lugar, fogo eterno pra  consumir o inferno fora daqui". O inferno fora do palco, que é o seu território sagrado. Território define bem o espetáculo de Gil. Uma jornada por todos os seus territórios, da Bahia ao exílio do Rio de Janeir...

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Wilco de 1 a 13

No próximo domingo o Wilco retorna ao Brasil para a sua terceira passagem em solo nacional (a primeira vez que irei assistir). Uma oportunidade para resgatar a discografia deste grupo que conheci em 2004 e pouco depois se tornou uma obsessão pessoal. 1. AM (1995) O Wilco nasce das cinzas do Uncle Tupelo, aclamado grupo da cena country alternativa norte-americana. O nascimento foi meio traumático, já que o Uncle Tupelo acabou no momento em que Jay Farrar avisou que odiava Jeff Tweedy. Bem, os outros membros do Uncle Tupelo ficaram com Tweedy para formar o Wilco, então o problema devia ser Jay Farrar. O primeiro disco do Wilco segue caminhando exatamente no mesmo caminho onde estava o grupo anterior, um Country Rock moderno com um pouco de PowerPop setentista, bebendo na fonte do Flying Burrito Brothers. Há algumas boas músicas como I Must Be High , Box Full of Letters e Passenger Side , mas o resultado não impressionou nem público, nem crítica. Tivesse o Wilco se desintegrado após este...