Nem sempre as grandes experiências da vida te arrebatam logo em um primeiro momento. Quando meu filho nasceu eu passei por alguns momentos de confusão sobre o que vivia até compreender o que era aquilo. Fui um pouco longe aqui, porque não dá para comparar um filho com uma grande experiência cultural. Lembro quando fui ao MASP pela primeira vez e fiquei maravilhado ao ver a pintura de Monet das mulheres remando um barco para fora do quadro. Ou quando vi a noite estrelada de Van Gogh. São dois fatos que fazem com que tanto o MASP, quanto o Museu D'orsay estejam entre meus passeios favoritos em todos os tempos. Foram grandes experiências que não me pegaram no momento em que entrei em uma sala e vi algum quadro. A trajetória e esses momentos específicos ajudaram a construir essa jornada mística provocada pela arte. Lembro que o Show do Paul McCartney me pegou de vez no momento em que o refrão de Something ecoou pelas arquibancadas do Maracanã. Já o show do Radiohead me deixou de joelho...
No próximo domingo o Wilco retorna ao Brasil para a sua terceira passagem em solo nacional (a primeira vez que irei assistir). Uma oportunidade para resgatar a discografia deste grupo que conheci em 2004 e pouco depois se tornou uma obsessão pessoal. 1. AM (1995) O Wilco nasce das cinzas do Uncle Tupelo, aclamado grupo da cena country alternativa norte-americana. O nascimento foi meio traumático, já que o Uncle Tupelo acabou no momento em que Jay Farrar avisou que odiava Jeff Tweedy. Bem, os outros membros do Uncle Tupelo ficaram com Tweedy para formar o Wilco, então o problema devia ser Jay Farrar. O primeiro disco do Wilco segue caminhando exatamente no mesmo caminho onde estava o grupo anterior, um Country Rock moderno com um pouco de PowerPop setentista, bebendo na fonte do Flying Burrito Brothers. Há algumas boas músicas como I Must Be High , Box Full of Letters e Passenger Side , mas o resultado não impressionou nem público, nem crítica. Tivesse o Wilco se desintegrado após este...