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Bernie Ecclestone e o seu umbigo

Não há como negar que a Fórmula 1 passa por uma crise. Crise de público, de audiência, crise financeira de equipes que cada vez mais sofrem para conseguir se manter disputando a temporada. O único que tenta negar isso é Bernie Ecclestone, o todo poderoso da categoria.

Em entrevista recente para a imprensa alemã, Ecclestone disse que não via sentido em investir em jovens, porque os produtos que ele vende são para os mais velhos. Disse que não liga para as redes sociais, que a Fórmula 1 não precisa delas, assim como não precisa das equipes pequenas.

Não há como negar que Bernie é o responsável por transformar a categoria na fábrica de dinheiro que ela é. Aliás, acho que inclusive, ele próprio é quem mais ganhou dinheiro nessa história. Só que sua visão não acompanha as mudanças do mundo e vai acabar por afundar a F1.

Ao não investir na formação de um público novo, a tendência é a audiência só diminua, até o dia em que ela desaparecerá. E para trabalhar com esse novo público, é preciso investir nas redes sociais.

A Fórmula 1 precisa repensar seu calendário. Ao estender o ano para quase 20 corridas em lugares cada vez mais distante, a F1 fica cada vez mais cara. E essas corridas no mundo árabe, no fim da Ásia e leste europeu dão muito mais dinheiro para Bernie do que para as equipes. São corridas também em locais em que não há tanto público, corridas em lugares vazios. Não termos corridas na França, mesmo em Portugal, enquanto vemos corridas em Abu Dabhi é um absurdo.

Também é preciso parar de inventar parafernalhas tecnológicas que só deixam a categoria mais cara, mais complexa e desinteressante. É preciso estimular a competitividade, de alguma forma.

Porque as declarações de Bernie Ecclestone só devem fazer sentido para ele. Aos 86 anos, não há como negar que ele esteja próximo da morte. E, egoísta que é, parece querer levar a categoria junto com ele.

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