Pular para o conteúdo principal

Andei Escutando (12)

David Bowie – The Rise and fall of Ziggy Stardust and the spiders from Mars (1972): Por trás do nome gigantesco e de todo o conceito maluco do alienígena que desce no planeta Terra, há um disco com músicas legais, sem se importar com o que elas significam ou o que seja. Bons refrões e em algumas músicas você tem a nítida impressão de que tudo foi friamente pensado para soar exatamente daquela maneira.
Melhores: Five Years e Soul Love.

Donovan – Sunshine Superman (1966): Os Beatles introduziram a cítara no universo da música pop em 1965 (Norwegian Wood). A moda pegou pelo jeito. Metade desse disco utiliza o instrumento indiano com uma percussão qualquer. Geralmente é chato, tal qual um disco dos Beatles apenas com as músicas indianas de George Harrison seria de dormir.
Melhores: Celeste e Season of the Witch.

Mando Diao – Never Seen the Light of the Day (2007): Em alguns momentos o som é tolerável, igual a qualquer outro disco da banda sueca – só que com uma riqueza maior de instrumentos. Em outros momentos essa mistura é desprezível. No fundo, parece que eles estão sempre tentando fazer as mesmas músicas de maneiras diferentes.
Melhores: Never Seen the Light of the Day e Dalarna.

Nick Drake – Five Leaves Left (1969): Na verdade, é muito mais legal dizer que se ouve Nick Drake, do que realmente escutar o cantor cult. Músicas calmas, algumas bonitas, outras sonolentas. No geral, um bom disco para se escutar depois do alomço e pegar no sono.
Melhores: Saturday Sun e Time Has Told Me.

Rufus Wainwright – Poses (2001): Um disco menos pretensioso do que os outros dois que conhecia de Rufus. Ele parece mais contido e com menos vontade de abraçar o mundo com variações musicais. Algumas músicas são sinceramente bonitas. Mas, parece que ele sempre será um autor de discos nota 7,5. Nem mais, nem menos.
Melhores: Greek Song e Grey Gardens.

Screaming Trees – Dust (1996): As árvores gritantes fazem um som básico para que brilhe a obscura voz de Mark Lanegan (que, como canta!). Faziam parte da cena grunge, mas seu som abraça muito mais o blues do que o punk. É um disco legal de ser escutado, mas dificilmente tenho vontade de escutar muitas vezes. Mesmo patamar do anterior, Sweet Oblivion.
Melhores: Dying Days e Make my mind.

T. Rex (1970): Durante todo o tempo, parece que se está escutando um disco demo. Os vocais parecem que não foram mixados e tudo soa meio abafado. Parece que foi gravado numa fita caseira. Independente disso, o disco não valeria mais espaço. Haja saco para aturar mais um disco que fala sobre mares cósmicos e amores estrelares. O Glam Rock tinha uma fixação doentia pelo espaço, vide o Bowie.
Melhores: Seagull Women e Jewel.

The Doors – L.A. Woman (1971): Talvez seja o disco dos Doors com mais guitarras e menos teclados, me agrada. Jim Morrison soa com a voz embriagada, o que talvez ajude a entender porque ele morreu pouco depois do lançamento do disco.
Melhores: Hyacinth House e Cars hiss by my Windows.

The Rolling Stones – Aftermath (1966): É um disco bem normalzinho dos Stones, que ajuda a entender a evolução natural da banda através do Blues.
Melhores: Out of Time e Mother’s Little Helper.

The Von Bondies – Pawn Shoppe Heart (2004): Toda vez que escuto uma banda que “parece White Stripes”, dou mais valor ao duo de Detroit. É difícil ter alguma qualidade no meio do barulho e da tosqueira. Muito barulho, muita influência de Blues, mas pouca paciência minha para escutar.
Melhores: No Regrets e Mairead.

Comentários

Postagens mais visitadas

Paz

Não há como ser contra a paz. Mas seus pedidos costumam a ser vagos. Coisa de ator da globo em vinheta de final do ano. Paz é algo intangível, variável. Mas, repito: não há como ser contra a paz. O atentado do Realengo traz novamente, pedidos de paz. Em um caso que nada tem haver com a paz. O massacre não é uma cena do caos urbano da cidade, da violência desenfreada. A paz que faltou, foi na mente perturbada de Wellington. Pessoas tendem a pedir paz em casos isolados. Pediu-se paz quando a menina Nardoni foi jogada pela janela. Quando Eloá foi baleada. Em todas essas situações, não há influência nenhuma de uma cultura das armas ou o que quer que se diga. Um é um caso passional, o outro um problema familiar. A paz deve ser pedida, por mais difícil de definir que ela seja, a cada assalto, cada latrocínio, seqüestro. Situações criminosas que se repetem com freqüência. A Paz nada tem haver quando uma mente perturbada pega em armas para tentar resolver problemas pessoais.

Melhores tenistas sub-18 desde 2000

O título do brasileiro João Fonseca no ATP Next Gen disputado na última semana cria expectativas de que talvez estejamos diante de um fenômeno. De fato, João tem números muito bons para um rapaz de 18 anos e, mais do que o título, termina 2024 como o melhor tenista sub-18 do ranking da ATP. Sim, no torneio disputado na Arábia Saudita ele era o caçula da lista. Para tentar entender o que isso pode representar, fiz uma busca sobre os melhores tenistas de até 18 anos no último ranking da ATP em cada ano do século atual (O ano 2000 entra de lambuja). Vamos a lista. 2000: Guillermo Coria era número 88. O argentino chegou a ser número 3 do mundo e conquistou 9 títulos na carreira. Foi finalista de Roland Garros em 2004 e venceu dois Masters 1000. 2001: Carlos Cuadrado era número 280. O espanhol chegou no máximo ao número 222 do ranking, com apenas 8 jogos entre os profissionais. 2002: Mario Ancic era número 89. O croata chegou a ser número 7 do mundo. Ganhou três títulos na carreira, todos e...

O Território Sagrado de Gilberto Gil

Gilberto Gil talvez não saiba ou, quem sabe saiba, mas não tenha plena certeza, mas o fato é que ele criou a melhor música jamais feita para abrir um show. Claro que estou falando de Palco, música lançada no álbum Luar, de 1981 e que, desde então, invariavelmente abre suas apresentações. A escolha não poderia ser diferente agora que Gil percorre o país com sua última turnê, chamada "Tempo Rei" e que neste último sabado, 7 de junho, pousou na Arena Mané Garrincha, em Brasília.  "Subo neste palco, minha alma cheira a talco, feito bumbum de bebê". São os versos que renovam os votos de Gil com sua arte e sua apresentação. Sua alma e fé na música renascem sempre que ele sobe no palco. "Fogo eterno pra afugentar o inferno pra outro lugar, fogo eterno pra  consumir o inferno fora daqui". O inferno fora do palco, que é o seu território sagrado. Território define bem o espetáculo de Gil. Uma jornada por todos os seus territórios, da Bahia ao exílio do Rio de Janeir...