Pular para o conteúdo principal

Copa 2014: Grupos C e D, 1ª Rodada

Colômbia 3x0 Grécia
Um Mineirão lotado de colombianos viu o time da casa abrir o placar logo no começo da partida, com Armero. Foi um começo sensacional dos cafeteiros, que em muito lembrou o que o Chile fez ontem, parece que também no embalo da torcida. A Grécia parecia aturdida e, para a sua proposta de jogo, tomar um gol logo no começo é uma tragédia. Mas, aos poucos a Colômbia relaxou, deixou a Grécia ficar com a bola e os gregos ameaçaram, quase sempre com Kone, que compensava um trio de ataque inoperante. Os colombianos marcaram novamente no começo do segundo tempo, mas a Grécia voltou a ameaçar. Problema para os gregos é que essa é uma dificuldade para a característica do seu elenco, ampliada pela má fase de Mitroglou. O gol de James Rodríguez, no final da partida, foi apenas protocolar. As duas equipes seguem na briga nesse grupo bem equilibrado, mas a Colômbia mostra que deve se classificar.
Melhor jogador: Juan Guillermo Cuadrado.

Uruguai 1x3 Costa Rica
Temos o costume de superestimar o Uruguai. Sempre avaliamos a celeste junto com sua história gloriosa e acabamos esquecendo que nos últimos 40 anos a participação oriental em copas tem sido pífia. Hoje, no Castelão, a verdade doeu aos olhos. Essa boa geração está envelhecida e é impossível achar vida inteligente no meio de campo uruguaio. Em 2010 a equipe avançou por ter defesa forte, um meio pegador e atacantes inspirados. Forlán recuou para armar o jogo e teve uma participação épica, superando todos os problemas criativos que aquela equipe tinha. Mas Forlán não é nem sombra do que era e com Luis Suárez machucado (uma pena), o Uruguai não jogou nada. Sorte da Costa Rica, que com um Campbell inspirado mostrou que esse grupo é da morte mesmo. O Uruguai deve fazer jogo duro com Itália e Inglaterra, mais na base da raça, mas suas chances de classificação terminaram hoje. Para a Costa Rica, o que vier é lucro.
Melhor jogador: Joel Campbell.

Inglaterra 1x2 Itália
O maior clássico da primeira rodada correspondeu as expectativas. Itália e Inglaterra jogaram bem, dentro de suas propostas de jogo. Os italianos tentavam controlar mais a bola e o meio de campo, enquanto a Inglaterra apostava na velocidade de seus atacantes. Pirlo e Gerrard comandavam o setor de criação com maestria, distribuindo passes incríveis, mas, o que Pirlo joga é brincadeira. Balotelli brilhou, ajudado pelos ótimos Marchisio e Candreva e mostrou: a Itália vai brigar pelo título. A Inglaterra mostrou que tem um time com muito futuro, mas que ainda não está maduro. Mesmo assim, tem chance de ir longe aqui no Brasil, porque o chaveamento para as oitavas de final deve ser acessível.
Melhor jogador: Andrea Pirlo.

Costa do Marfim 2x1 Japão
Praticamente um jogo de vida ou morte na primeira rodada. A Costa do Marfim levou vantagem na imposição física e no carisma de Didier Drogba, que entrou e mudou o jogo, a pior partida da Copa até aqui - mas mais interessante que a primeira rodada inteira da Copa de 2010. O Japão abriu o placar no começo, com o ótimo Honda (mito de copas) e ameaçou uma blitz. Os japoneses apostam no controle do jogo e na troca de passes, mas estavam em uma jornada infeliz, errando a maioria das suas jogadas, com Kagawa irreconhecível. A Costa do Marfim também não ameaçou, mas aproveitou o jogo aéreo para virar. As duas equipes seguem com chances, mas o Japão se complicou muito. Os japoneses devem sofrer contra o jogo aéreo grego e contra a força física que a Colômbia também tem.
Melhor jogador: Didier Drogba.

Comentários

Postagens mais visitadas

O Território Sagrado de Gilberto Gil

Gilberto Gil talvez não saiba ou, quem sabe saiba, mas não tenha plena certeza, mas o fato é que ele criou a melhor música jamais feita para abrir um show. Claro que estou falando de Palco, música lançada no álbum Luar, de 1981 e que, desde então, invariavelmente abre suas apresentações. A escolha não poderia ser diferente agora que Gil percorre o país com sua última turnê, chamada "Tempo Rei" e que neste último sabado, 7 de junho, pousou na Arena Mané Garrincha, em Brasília.  "Subo neste palco, minha alma cheira a talco, feito bumbum de bebê". São os versos que renovam os votos de Gil com sua arte e sua apresentação. Sua alma e fé na música renascem sempre que ele sobe no palco. "Fogo eterno pra afugentar o inferno pra outro lugar, fogo eterno pra  consumir o inferno fora daqui". O inferno fora do palco, que é o seu território sagrado. Território define bem o espetáculo de Gil. Uma jornada por todos os seus territórios, da Bahia ao exílio do Rio de Janeir...

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Do que eu gostaria de lembrar de Paris 2024

Da arrancada da Femke Bol na final do revezamento 4x400 misto. Ela já havia feito isso em campeonato mundial, todo mundo falava que ela podia fazer novamente, mas não tinha sido tão impressionante. Não tinha sido em Jogos Olímpicos. Os EUA precisavam abrir uma grande vantagem para segurar a Femke Bol no fim, diziam. Os EUA abriram essa vantagem, mas nada seria capaz de segura a holandesa. Até metade da volta ainda parecia impossível. No meio da última curva ela deixou uma belga para trás. No começo da reta foi a inglesa. Só faltava a americana e a ultrapassagem veio coisa de 20 ou 30 metros antes de chegada ainda. Impressionante. E a arrancada da Sifan Hassam? Ela já estava na história por conseguir três medalhas em Tóquio, nos 1.500, 5 mil e 10 mil metros. Em uma delas depois de cair no chão já perto do fim da prova. Agora, a Maratona? Qual é a lógica de alguém que corre mil e quinhentos metros ainda conseguir correr mais 40,6 mil? Qual é a lógica de, depois de 41 km corridos, arranca...