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O crescimento do congestionamento

No período das festividade de fim de ano, a cidade está vazia. Metade da população está curtindo a vida adoidado em lugares turísticos e os que poucos que restam na cidade podem curtir um trânsito bom. Trajetos encurtados pela metade, semáforos vazios, lugares para estacionar. Uma maravilha.

A medida que o ano vai começando, o movimento vai crescendo dia-a-dia. Não, os carros dos ausentes durantes as festas não voltam de uma vez só. A cada dia uma pequena leva volta até a cidade. Alguns já estão aqui no dia 2, outros voltam na primeira segunda-feira útil, outros deixam a volta para depois da primeira quinzena e as mais variadas férias vão terminando até os primeiros dias de fevereiro.

Dessa forma, no dia 2 você já vê três carros esperando para cruzar uma rotatória. Na segunda-feira já eram 8, na semana seguinte já passávamos de vinte e o inferno já estava de volta desde ontem, com tendência a piorar até o final do mês. Na rua do Sesi Park, o congestionamento matinal foi voltando em doses homeopáticas até que nesta semana ele já estava de volta ao seu habitual, que é a rua inteira congestionada.

No estacionamento do meu trabalho eu logo deixei de parar perto da porta, para ir para no andar de baixo, que na semana passada já estava cheio na hora em que eu chegava, me levando para o outro estacionamento e logo eu ia parando cada vez mais longe, até que o primeiro andar deste estacionamento já estava cheio, me levando até o segundo andar que a cada dia vai ficando mais cheio e logo a situação estará pior do que estava antes do final do ano e eu chegarei a conclusão de que existem mais pessoas trabalhando ou que mais pessoas tem carros.

Até o dia em que o apocalipse dos carros chegará. Não no recesso de fim de ano.

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