Pular para o conteúdo principal

Nomes de música

Strawberry Fields Forever é, para mim, a música mais sensacional de todos os tempos. Há algo de surreal e sinestésico na melodia, nas guitarras, no melotrom da introdução. É uma música que parece ter cores, cheiro e textura.

E há o nome. Strawberry Fields Forever. As três palavras juntas soam bem. E o que ela significa? Só o nome da música te dá vontade escutar. Existem outras músicas dos Beatles com nomes sensacionais. Como: While my Guitar Gently Weeps, She Came In Through the Bathroom Window e You've got to hide your love away.

Existem outras bandas que dão bons nomes para músicas como o Oasis (Don't look back in anger, The Importance of Being Idle, The Shock of The Lightning), Led Zeppelin (The Song Remains the Same, o BRMC (As Sure as the Sun, Still Suspicion Holds You Tight) e Bob Dylan (Positively 4th Street, Visions of Johanna, Just Like Tom Thumb's Blues, Workingman's Blues #2 e Beyond Here Lies Nothin').

Os nomes citados são longos, mas existem casos em que nomes curtos funcionam bem. Run do Snow Patrol, Rust do Echo & The Bunnymen, Yellow do Coldplay.

Mas, normalmente, nomes curtos funcionam bem depois que você escuta a música. Eles não contribuem para que você tenha curiosidade em escutar a música. Parece impossível não se gostar de uma música chamada While My Guitar Gently Weeps. Já Yellow pode ser boa ou não. Esse mês eu baixe um disco do Spoon. Logo que bati o olho nas faixas, meus olhos foram em Believing is Art. Não deu outra, é a melhor do disco.

O Coldplay, por exemplo, dá nomes sem graça para suas músicas. Só no primeiro disco já temos Shiver, Sparks, Yellow, Trouble, Spies. Depois ainda temos Politk, Clocks, Whisper, Talk, Low, Lost!, Yes. Ou o Travis que tem Sing, Side, Happy, Safe, Turn e Colder. Claro que os dois acertam de vez em quando. O Coldplay tem Cemiteris of London e Twisted Logic, enquanto o Travis tem Why Does it Always Rain on Me, All I Wanna do is Rock e Peace the Fuck Out.

E bem, claro que temos as banda que exageram. O Arctic Monkeys passa do limites com "You probably couldn't see by the lights but you were staring straight at me"ou o White Stripes com "I want to be the boy to warm your's mothers heart". E os próprios Beatles, porque não, com "Everybody's got something to hide, except for me and my monkey".

Comentários

Postagens mais visitadas

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Imola 94

Ayrton Senna era meu herói de infância. Uma constatação um tanto banal para um brasileiro nascido no final dos anos 80, todo mundo adorava o Senna, mas eu sentia que era um pouco a mais no meu caso. Eu via todas as corridas, sabia os resultados, o nome dos pilotos e das equipes. No começo de ano comprava revistas com guias para a temporada que iria começar, tinha um macacão e um carrinho de pedal com o qual dava voltas ao redor da casa após cada corrida. Para comemorar as vitórias do Senna ou para fazer justiça com meus pedais as suas derrotas. Acidentes eram parte da diversão de qualquer corrida. No meu mundo de seis anos, eles corriam sem maiores riscos. Pilotos por vezes davam batidas espetaculares, saiam ricocheteando por aí e depois ficava tudo bem. Já fazia 12 anos que ninguém morria em uma corrida. Oito sem ninguém morrer em qualquer tipo de acidente. Os últimos com mais gravidade tinham sido o do Streiff e do Martin Donelly, mas eu nem sabia disso, para dizer a verdade. Não sab

Fã de Esporte

A vida no começo de 2005 era um pouco estranha. Eu tinha saído do colégio e passado no vestibular para jornalismo. Mas, devido ao atraso de programação provocado pelas greves, as aulas iriam começar só no final de abril. Foram quatro meses de um pequeno vácuo existencial. Talvez fosse até bom tirar um período sabático após o fim do Ensino Médio, mas seria melhor se fosse algo programado, enfim. Nesse período, boa parte da minha vida se dedicava a acompanhar a programação da ESPN Brasil. Não que eu já não acompanhasse antes, o Linha de Passe da segunda-feira era um compromisso de agenda há algum tempo, assim como o Sportscenter no fim do dia, principalmente nos dias de rodada noturna na quarta-feira. Eram tempos que a internet ainda engatinhava e o Sportscenter era uma grande oportunidade de saber os resultados da rodada. Aquela ESPN de José Trajano moldou o caráter de uma geração de jornalistas e fãs de esporte, como eles passaram a chamar seus telespectadores. Sempre gerava ironias de