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Pequenas histórias

Em um primeiro momento, o Celso parecia o chefe louco que veio de algum lugar para aterrorizar nossas vidas. Afinal, tinha um personalidade forte e algo extravagante, falava alto como os cariocas, fumava alucinadamente e não fugia de uma briga. Ninguém sabia de suas origens, o que em Cuiabá sempre pode parecer um crime.  Ao longo do tempo foi possível ver que sua personalidade era tão polêmica quanto parecia ser, o que afugentou e provocou ojeriza de muita gente. Não é a toa que ao final da sua passagem pela Secom-MT, ele foi vítima de uma das maiores sacanagens que já presenciei, tudo por conta da briga pelo poder.

Pois bem, o Celso de Castro Barbosa morreu ontem, me informou o Facebook. Perdi algum tempo lendo as lembranças dos amigos, sempre tão saudosas (provavelmente, ele foi meu primeiro contato do Facebook a morrer). Convivi com o Celso durante dois anos, período em que no fim tivemos uma boa relação, em que ele confiou no meu trabalho. Lembro sempre de que no dia do meu casamento, já na parte final da cerimônia, senti o celular apitando no bolso. Só fui conferir depois que era ele dizendo "soube que você está se casando hoje" e me desejando felicidades.

Mas enfim, foi um convívio curto. Pouco conhecíamos sobre sua vida, tirando algumas histórias loucas, os highlights de nossas vidas que costumamos contar para impressionar os amigos. Lendo as lembranças dos amigos, pude conhecer um pouco mais dos pequenos detalhes, aquelas pequenas histórias que muitas vezes ficam restritas a um pequeno grupo de amigos, ou simplesmente a duas pessoas. Achei particularmente interessante um relato sobre a vez em que ele trancou os donos do Jornal do Brasil no refeitório.

De certa forma nossas grandes histórias podem fazer com que fiquemos conhecidos, podem se perpetuar. Mas as pequenas histórias é que ficam naquela lembrança sentimental mais forte.

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