Pular para o conteúdo principal

A redenção do Big Star

Nas Olimpíadas de 2012 eu passei o olho pelos nomes dos cavalos, uma diversão de sempre nos jogos olímpicos, quando vi que Nick Skelton, britânico, montaria Big Star na competição de saltos do hipismo.

Um nome aparentemente banal, acho que "Estrelão" é um nome que combina bastante com um cavalo. Pouco me importava, passei a acompanhar os resultados do jóquei e sua montaria que carregava o nome da banda de Alex Chilton e Chris Bell.

Para melhorar, Big Star se mostrou um ótimo cavalo, tão bom quanto um Third/Sisters Lovers. Passou zerado em todas as fases preliminares, garantindo inclusive a medalha de ouro na competição por equipes. Zerou a primeira etapa da final e estava zerado na segundo etapa, prestes a vencer a competição quando derrubou o último obstáculo. Sua única falha na semana lhe derrubou para a quinta posição, uma vez que a final começava com todos zerados. Uma falha, o inferno. Um jóquei suíço que havia derrubado três obstáculos na semana acabou com o ouro. Era a maldição do nome.

Quatro anos depois, eis que Nick Skelton chega ao Rio de Janeiro novamente montado em Big Star. Logicamente, iria lhe acompanhar novamente.

As coisas não começaram bem. Big Star cometeu falhas nas etapas classificatórias, na prova por equipes a Grã Bretanha não conseguiu sequer o pódio. Parecia que o tempo havia passado para nosso cavalo de 13 anos - Thirteen.

Mas, aos trancos e barrancos, Skelton e Big Star chegaram a final. Foi um dos últimos classificados e na final, todos já sabemos, a pontuação é zerada.

E dessa vez, a sorte sorriu para o cavalo. Seus adversários de campanha melhor cometeram erros na final e a grande estrela estava entre os seis animais que conseguiram zerar o percurso duas vezes. Quatro anos depois, as portas glória se abriam para Big Star.

Cinquenta e três centésimos. Esse foi o tempo pelo qual Big Star superou seu adversário, chamado All In e montado por um sueco, os dois que conseguiram zerar o desempate. Por pouco mais de meio segundo o ouro veio para Big Star. Um reconhecimento tardio, tal qual a banda, mais ainda em vida.

Nunca antes um Big Star havia chegado ao posto.

Hold On, Big Star. Ain't no one is going to turn you round

Comentários

Postagens mais visitadas

Fuso Horário

Ela me perguntou sobre o fuso horário, se era diferente do local onde estávamos. Sim, informei que Mato Grosso está uma hora atrasado em relação ao Ceará. Perguntou se sentíamos alguma diferença, tive que falar que não. A pergunta sobre o fuso horário foi o suficiente para uma pequeno comentário sobre como lá no Ceará o sol se põe cedo e nasce cedo. Isso é exatamente ao contrário do Paraná, de onde ela veio, onde o sol se põe muito tarde. Ela demorou para se acostumar com isso. Não é nem seis da tarde e o sol se pôs. Não é nem seis da manhã e o sol já está gritando no topo do céu. Pensei por um instante que esse era um assunto de interesse dela. Que ela estava ali guiando turistas até um restaurante não facilmente acessível em Canoa Quebrada, mas o que ela gosta mesmo é do céu. Do movimento dos corpos, da translação e etc. Talvez ela pudesse pesquisar sobre o assunto, se tivesse o incentivo, ou se tivesse a oportunidade. Não sei. Talvez ela seja feliz na sua função atual. Talvez tenha ...

Os 50 maiores artilheiros do São Paulo no Século

(Até o dia 4 de fevereiro de 2024) 1) Luís Fabiano 212 gols 2) Rogério Ceni 112 gols 3) Luciano 87 gols 4) Jonathan Calleri 76 gols 5) França 69 gols 6) Dagoberto 61 gols 7) Borges 54 gols 8) Hernanes 53 gols 8) Lucas Moura 53 gols 10) Kaká 51 gols 11) Alexandre Pato 49 gols 12) Washington 45 gols 13) Reinaldo (Atacante 2001-2002) 41 gols 13) Grafite 41 gols 15) Danilo 39 gols 15) Diego Tardelli 39 gols 17) Souza 35 gols 18) Pablo 32 gols 18) Reinaldo (o lateral esquerdo) 32 gols 20) Hugo 30 gols 21) Brenner 27 gols 22) Gustavo Nery 26 gols 23) Alan Kardec 25 gols 24) Paulo Henrique Ganso 24 gols 25) Aloísio Chulapa 23 gols 26) Júlio Baptista 22 gols 26) Jorge Wagner 22 gols 26) Michel Bastos 22 gols 26) Aloísio Boi Bandido 21 gols 30) Cicinho 21 gols 30) Jadson 21 gols 30) Osvaldo 21 gols 33) Fábio Simplício 20 gols 33) Cícero 20 gols 33) Christian Cueva 20 gols 33) Robert Arboleda 20 gols 37) Thiago Ribeiro 19 gols 38) Amoroso 18 gols 39) Adriano Imperador 17 gols 39) Fernandinho 17 ...

Uma legítima alegria do basquete brasileiro

O dia era 30 de Agosto de 2002. Já tinha visto algo sobre o Campeonato Mundial de Basquete realizado em Indianápolis - terra da lendária vitória na final do Pan de 1987. Milton Leite e Wlamir Marques estavam lá transmitindo os jogos pela ESPN e naquela tarde eu assisti os últimos minutos de Brasil x Turquia. Bem, nada como ser apresentado as loucuras do basquete de forma tão explícita assim. Aquele minuto final interminável, uma cesta de três do Marcelinho Machado no último segundo para garantir a vitória, o Milton Leite perdendo a voz na narração. Foi o início da minha jornada de sofrimento com a seleção brasileira de basquete masculino. Nesses 22 anos foram algumas poucas alegrias. Quase todas elas acompanhadas por uma enorme frustração dias depois. Vejamos os mundiais: Após essa vitória contra a Turquia o Brasil venceu Porto Rico e Angola para se garantir nas quartas-de-final. Depois, perdeu todos os jogos e terminou em oitavo lugar. Em 2006 não houve felicidade nenhuma, apenas um t...